Boston não é 11 de setembro
Uma pá de gente vai torcer o nariz. Outros
podem até dizer que sou anti-americano (como se o Brasil não ficasse também na
América, mas tudo bem).
Mas, sinceramente, acho que estão forçando
um pouco a barra, querendo criar um novo 11 de setembro. Aquilo sim, foi uma
tragédia gigantesca. As bombas detonadas em Boston são sim, condenáveis,
reprováveis, covardes e, merecem investigação rigorosa e solidariedade ás
vítimas.
Mas, daí a ter esta repercussão toda dia
após dia, já acho demais.
É a velha mania de quando algo fora do
normal acontece no “Primeiro Mundo” (Europa e América do Norte,
principalmente), adquire traços enormes. Vai ver lá a vida vale mais, sei lá.
Ou, deve ser o crônico complexo de inferioridade a la Nelson Rodrigues que
acompanha o brasileiro década após década.
É visível a diferença no tratamento de
atentados em outros países, tratados como meros números (atentado mata mais tantos), e quando acontece nos
civilizados.
Por isso, me desculpe se
estou sendo chato (para variar), mas às
vezes, olhar mais para o nosso próprio umbigo é necessário. E, na boa, nem sei
ao certo se o povão (no qual me incluo) não fica saturado de ver mais notícias
dos cidadãos estadunidenses/Barack Obama do que, por exemplo, discutir a
quantas andam a situação dos índios (positivo ou negativo). Afinal, hoje (19)
não deixa de ser o Dia do Índio.
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