Borboleta, borboletinha, não é pé de laranja lima

Luciano Shakihama


Quando ainda estudava no colegial (acho que agora chamam de ensino médio, não sei, tenho de estudar direito), um professor de geografia soltou uma frase que jamais esqueci. Era algo mais ou menos assim: “Como que vocês não conseguem escrever?! Um cara conseguiu escrever um livro só falando do pé de laranja lima!”
O livro em questão é o “Meu Pé de Laranja Lima”, de José Mauro Vasconcelos, em 1968. Antes que me perguntem, não li. Nem vi a novela, o filme e, talvez, tenha visto algo sobre teatro. Certeza, que deve ter o seu valor. E, só de conseguir criar uma história em torno de uma árvore tem de considerar muito o senhor Vasconcelos.
Porque tem dias que não consigo pensar em nada direito. Só um monte de coisa sem pé nem cabeça. Queria ser igual a estes caras, aí conseguiria falar da borboleta que flagrei nesta manhã na varanda da casa do meu pai. Minha filhinha adorou. E a borboleta não ia embora, parecia que era da casa, e ficava para lá e para cá. Batendo as asas e mordiscando as flores e dando uns rasantes sobre a menina maluquinha.E, posando para foto, quase estática para eu tentar acertar pelo menos um clique no meu celular. Não ficou das melhores, mas pelo menos está registrado.
Queria ter a moral de escrever pelo menos um conto da borboleta. Mas, a única coisa que me veio à cabeça na hora foi a musiquinha que cantei para a filhota e ela me pediu para eu continuar desafinando enquanto perseguia a voadeira. Vamos lá: “Borboletinha tá na cozinha fazendo chocolate para a madrinha...”

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