Vereadores aumentam salários. E daí?



“O povo não está nem aí para as coisas”. “Não vai acontecer nada pois ninguém faz nada”. É sempre o mesmo conformismo. Vide o caso do salários dos vereadores de Campo Grande. Nenhuma passeata, nenhum protesto. Apenas manifestações solitárias ou tímidas, caso de rede sociais ou do tiozinho que ficava com o megafone na mão na calçada da Barão do Rio Branco quase esquina com a 14 de Julho, centro de Campo Grande.
O povo, o povo, sempre é culpa do povo. Como se eu não fizesse parte ou fosse acima do cidadão comum. Ah, não é bem assim, põe aí um cachorrinho maltratado ou Scooby, ou crie uma campanha descolada para desfilar domingo de manhã na avenida Afonso Pena, mas, “eu não quero ser o próximo”.
Enquanto isso, os vereadores eleitos pelo povo reajustam os salários quase que unilateralmente. Paciência. O jeito é conviver com frases que ouvi nestes últimos dias, como a do caboclo dizendo que “a gente 'merece' isto mesmo”, ou essa pérola que ouvi no melhor estilo filósfo de botequim: “não é o vereador que ganha muito (de R$ 9 mil para R$ 15 mil por mês), é o povo que ganha pouco”.

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