Conto de Natal: A doida do banheiro do shopping
25 de dezembro na Cidade
Morena. Calor insuportável, daqueles que você sai da água, mas o calor não sai
de você.
Com dois pimpolhos em casa, a
temperatura aumenta consideravelmente. O que fazer? Deixar o ninho e fazer algo.
Primeira ideia, “vamos visitar a cidade do Natal”. Para quem não está por está
bandas, trata-se de uma instalação organizada pela prefeitura em um parque de
Campo Grande em homenagem ao fim de ano. No meio do caminho, literalmente,
desistimos. Uma fila gigantesca fez a gente deduzir que boa parte da cidade
teve a mesma ideia.
Demos o retorno e, naquele
calor que passava fácil dos 30 graus, fomos para um lugar que não faz muito a
minha cabeça mas, parafraseando a patroa, tivemos acesso ao maravilhoso mundo
do ar condicionado. Menos mal, pouca gente, lojas fechadas, carteira também.
Exceção só para o parquinho eletrônico para as crianças e nem tão crianças
assim. Uma caminhada a mais para ver uma ou outra vitrine ao melhor estilo
televisão de cachorro e uma casquinha de sorvete antes de encarar o home sweet
home!
Bom, sorvete e criança não é
uma combinação assim tão rápida. Demanda um tempo, pausa para foto de mãe e avó
coruja, etc. Aproveitei para tirar água do joelho. Estou lá terminando,
fechando o zipmail, quando, de repente sai uma mulher. Que susto! Se fosse uma
pegadinha, cairia direitinho.
A impressão é que ela não
batia bem da cabeça. Toda descabelada e com aquele ar de Napoleão Bonaparte
estereotipado de louco com chapéu de imperador feito de papel na cabeça. Quando
me viu, foi logo falando: “Eu estou aqui porque não quis ir lá. Lá tem um monte
de gente querendo ser eu”. Depois de espirituosa explicação, confesso que não
entendi, mas emendei um “está certa” e uma risada discreta. Fui lavar as mãos,
e àquela altura, eu já estava achando que era a mãe daquela menina fantasma no
elevador do Silvio Santos. A doida não parava de falar. E eu, “está certa, está
certa”, e me mandei. O mais sinistro é que deixei o recinto, relatei o ocorrido
para a patroa e fique esperando a descabelada sair para “apresentá-la”. E,
sério, ela não saiu. Não, eu não fui lá ver se ela continuou no banheiro.
Nessa hora, graças a Deus, o
sorvete já tinha sido devorado pela criançada. Adeus criatura do mal, sou mais
o Papai Noel com o seu ho ho ho! Moral da história: No dia de Natal, deixe para
ir ao banheiro em casa.
Em tempo: O glorioso brógui
ultrapassou a quixotesca marca de 3 mil pageviews, ou acessos. Obrigado a todos
pelo tempo dispensado! De verdade.
Comentários
Postar um comentário