Em 2011, o Barcelona de Messi, em 2012, o Chelsea de... Melhor para o Corinthians
Texto publicado na edição de hoje (15) do jornal O Estado MS
Luciano Shakihama
Amanhã de manhã, como muita
gente sabe, acontece a final do Mundial de Clubes entre o Corinthians e o
Chelsea, da Inglaterra. Lembro da edição
do ano passado, que tiveram Santos e Barcelona. Quanta diferença! Em 2011, a
final me deixou muito mais ansioso. E, fora do Brasil a repercussão era muito
grande. Na América do Sul, e na Europa, a expectativa era o embate entre os craques
Neymar e Messi. Se a final foi uma aula do time espanhol comandada pelo
argentino, as semifinais foram muito mais interessantes e comprovaram a
superioridade
dos dois times naquele
momento. Além da dupla que atraiu todos os holofotes, havia jogadores de
qualidade, lógico, principalmente do lado catalão.
Deste ano, não. Dou uma olhada
no elenco do Corinthians e não há um jogador que você diga “esse é craque”, sem
ser questionado. A prova disso é que grande parte da imprensa tenha focado a torcida, que
aliás dentro do estádio faz sua parte, independente de quantos ali
estão.
Do lado inglês, também não há
nenhum Cristiano Ronaldo, ou aspirante a Neymar, e torcida, só mesmo a dos
japoneses que torcem para os “Blues”. Messi é um caso á parte. Dos titulares
que conquistaram a Liga dos Campeões em junho, um faz muita diferença. O
marfinense
Didier Drogba foi o “cara”
naquela equipe que eliminou o poderoso Barcelona e depois faturou o título em
cima do Bayern de Munique-ALE, base da seleção alemã. Em minha modesta opinião,
se pudesse votar nessa corrida de todo ano chamada Melhor Jogador do Mundo da
Fifa o africano seria meu escolhido. Sem Drogba, o Chelsea perdeu o algo a
mais.
Esse time “comum” do Chelsea é
o que anima os corintianos para a final de domingo. Como disse o técnico Tite,
só o time espanhol das cores azul e grená está um degrau acima dos
demais. O que quer dizer que
os finalistas desta edição do Mundial, pelo menos para ele, estão em pé de
igualdade.
Se em 2011, eu ousei sonhar
que a equipe da Vila Belmiro superasse Messi e companhia, desta vez as chances
são mais concretas. Com a tranquilidade de quem já tem o dever cumprido
nesta temporada, ao encerrar a
obsessão pela Libertadores, o treinador da equipe paulista vai
poder fazer o que mais gosta.
Por o time para esperar o adversário em seu campo para sair no
contra-ataque. Ai se você
falar que o esquema é defensivo. O que antes era chamado de retranca, agora é a
marcação “atrás da linha da bola”.
Muitos comentaristas, inclusive muitos torcedores, que após a
Libertadores exaltam o comandante alvinegro, antes ironizavam a equipe dizendo
que, para o Tite, “um a zero é goleada”. Esta é a metamorfose ambulante do
mundo da bola.
Opções táticas à parte, o
Corinthians não deve repetir a atuação da quarta-feira. Mais solto e sem a
pressão da estreia, Paulinho, Danilo e Emerson serão as peças chaves para que a
torcida comemore o título dentro e fora do Japão. Embora, o conjunto da obra
seja muito consistente,
ponto forte da equipe. A
defesa do Chelsea, desfalcada do seu capitão John Terry, não tem nenhum Usain Bolt e isso
deve ser explorado pelo estudioso Tite, que, ao que tudo indica, deve conhecer
o Chelsea mais que o Oscar, Com Lampard, ídolo do time, ainda meia-boca, o
Alvinegro terá de se preocupar
com o espanhol Mata e com os velhos conhecidos Oscar, Ramires e David Luiz, E,
claro, superar o ótimo goleiro do capacete “style”, o Petr Cech.
E, se em 2011 eu imaginava um
show, como foi. Vou torcer para que a minha bola de cristal erre feio, mas se
sair mais de um gol no jogo de amanhã já será lucro. Mas, o que importa é
vencer para a festa “corintinuar” ou começar a dos secadores. Que, amanhã,
todos comecem
com um bom dia. Literalmente.
twitter @KishoShakihama
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