'Eu não vou ser o próximo' Ou seja, antes você do que eu



“Vou falar para você, tudo, tudo é fase irmão. Logo mais, vamos arrebentar nesse mundão”. Este começo é de uma música do Racionais MC’s. Mas, às vezes penso nela, quando a coisa aperta, ou vejo muita desgraça.
E, pensei nela depois da comoção causada pela morte dos universitários. Meus sentimentos aos pais, familiares, amigos, etc, etc. Que triste,né.
Mas, não sei se vocês vão gostar do que virá a seguir. Se sim, ou não, comente aí. Prometo que não usarei o benefício da réplica.
Uma coisa é o fato. Outra é o que acabou se tornando a situação. Legal, fizeram caminhada pela paz. Que bonito, domingão de manhã, na Afonso Pena, em Campo Grande, puxa, reuniram 2 mil pessoas. Mas, e aí? Que tal fazer caminhada para o vigia que foi queimado, ou contra a Justiça que soltou o caboclo que confessou estupro de quatro mulheres?
Ah, mas é diferente. Neste caso, eram garotos bem-educados, estavam num carrão, não eram qualquer um. Não eram mesmo, ou no jargão da moda, eram “diferenciados”. Daí, acredito, a rapidez na elucidação do caso. No estilo dois pesos, duas medidas.
Podem discordar, mas se fosse dois jovens pobres, em um Fuscão 69, ou em uma Shinerayzinha, não sei se a repercussão seria a mesma. Caminhada iria ser muito. No máximo, as mães chorando por justiça e a polícia anunciando o famoso “estamos apurando”. E a fila anda.
Deixo claro, que ser bem de vida não é defeito. Se a pessoa, família lutou para isso, tem que é mais que desfrutar. E, os pais têm todo o direito de exporem seus sentimentos. Apesar de que, nestas horas, acredito que o resguardo é o melhor remédio. Um deles, me parece, até defendeu a pena de morte. Não sei se é por ai, mas... voltando ao caso, longe de mim aqui evocar uma briga de classes.
O descontentamento é com a hipocrisia em que, muitas vezes acabam por nos envolver. Às vezes até sem saber. Campanhas contra a violência são louváveis, mas não resolvem. Conscientização passa longe. Mais dia, menos dia, retomaremos a nossa vidinha. Acharemos graça da desgraça dos outros, no melhor/pior estilo “não é comigo mesmo”. Isto até o próximo crime que motivará a veia mórbida/sentimental/Maria vai com as outras.

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