Automobilismo brasileiro vai mal na pista e fora dela
Texto publicado na edição de sábado (29) do jornal O Estado MS
Luciano Shakihama
Luciano Shakihama
Uma das melhores coisas que a
internet proporciona é a farta produção de artigos, textos, reportagense coisas
que valham a pena ler. É como se fossem prateleiras em um supermercado.
Obviamente, cada um procura o que lhe agrada. E, em um destes pit-stops virtuais,
me deparei com a notícia de que a parte final do treino para o GP de Cingapura
de F-1, há exatamente uma semana, atingiu 3.8 pontos no Ibope. Para o azar da emissora,
sem margem de erro.O mesmo texto tenta apontar as razões para tal desempenho a
lá Bruno Senna ou Felipe Massa.
Ao lembrar dos meus tempos de
garoto, treino e corrida de F-1 era Ayrton Senna, líder nas televisões Brasil afora.
Não importava o horário, fazia companhia para minha finada avó, que de mansinho
deixava seu quarto e ia caminhando a passos de safety Ca até a sala fazer
companhia. Aos pilotos. Isto me confortava pois, às vezes eu caía no sono ou
perdia a hora e ela era para mim, a melhor repórter. “Vó, quem ganhou? E os brasileiros?
Prost venceu, brasileiro foi mal, bateu”. Fã incondicional do Senna (o Ayrton),
talvez explique um pouco a idolatria japonesa acerca do brasileiro.
Utilizei as lembranças como
aquecimento, pois o jornalista, aquele sobre a baixa audiência dos dias de
hoje, tenta desvendar o porquê de a garotada não morrer mais de amores pela
principal categoria do automobilismo. Cita também o atual momento do esporte no
Brasil como um dos motivos para a atual situação e critica a CBA (Confederação Brasileira
de Automobilismo).
Puxa, isto me trouxe um alento
e me mostrou que não estou tão na contramão. É preciso fazer uma revisão do que
acontece fora das pistas. Olhe só a Fórmula 1, o Brasil é um dos maiores
vencedores de mundiais, e, neste momento, não tem ao menos um cockpit garantido
para 2013.Não há investimento sério para revelar pilotos. Pululam competições
que do mesmo jeito que surgem, desaparecem ou se arrastam.
Ou mal saem do papel, exemplos
como F-Universitária, F-Future, sem falar do kart. Considerado o primeiro pedal
para acelerar rumo a uma carreira, etapas do Nacional são caras desde a sua
inscrição e em contrapartida o piloto tem uma estrutura obsoleta e um custo
para lá de motivador. Para poucos.
A situação da entidade que,
teoricamente, administra o automobilismo no país é de tamanha importância que seu
calendário tem a possibilidade de ter mudança a qualquer hora. Literalmente. Um
exemplo mais palpável: a etapa da Stock Car prevista para Campo Grande neste início
do mês foi parar em Cascavel (PR), sob alegação de fuso horário. Com todo
respeito, organizadores da Stock deem um tempo. Depois de anos recebendo a corrida, só agora
60 minutos estão fazendo uma diferença... E a Confederação? Adotou o estilo
“não sei, não vi, não sou, morro cadeado, deixa eu ir, quem não é visto, não é
lembrado”. Se isto acontece na principal categoria do país, imagine como estão
as demais.
Vai ver que para as entidades
que (co)mandam e são responsáveis pela modalidade vale a piadinha de quando o
piloto reclama de que o carro não está bom. Às vezes, a máquina até pode andar
bem, o que atrapalha é aquela ‘pecinha’ que fica entre o assento e o volante.
Ah, e sobre o texto que inspirou a coluna de
hoje, o endereço é http://victormartins.warmup.com.
br/2012/09/22/terra-do-bukit-timah-3/#.UGXgDq5K1kg
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