Pedidos de doações, ajudas...sou muito beneficente não

Olha, nem sei porquê pensei em falar sobre isso. Não ganho nada com isso. E, nem você vai ficar mais rico lendo por aqui. Talvez, rico culturalmente. O que também acho bastante questionável.
Mas, uma das coisas que me aborrecem às vezes é quando o telefone toca. Do outro lado da linha, é alguma associação, hospital, entidade (geralmente em nomes que soam estranhos aos ouvidos) pedindo uma ajuda. “Pode ser R$ 50, R$ 20, R$ 10. Senhor, o senhor não pode colaborar com nada?” Puxa, espere um pouco. Não era para ser um ato voluntário? Pior que eles, só quando é época de trocar filtro de água.
Eles são insistentes. Ligam na outra semana, e na outra, e na outra. Chegando perto do fim de ano, a tendência é de que as ligações aumentem. Haja caridade! Olha, nem para o Criança Esperança eu contribuo. Sei lá, aquele monte de artista, diretor, gerente, puxa, se eles puxassem a fila e, por exemplo, anunciava que colaboraram com tanto. De repente, me animava. Mas, como acreditar em algo que nem os funcionários botam uma fé.
Calma, não estou dizendo que é errado. Quer contribuir, beleza. Mas, não me chame.
Só acho que, às vezes, fica muita gente pedindo e nem sei de onde aparece. Vez ou outra até colaborei (faz muito tempo), e me arrependi. A entidade ficava ligando direto para doar de novo e, sinceramente, não tive aquela satisfação de ver a doação sendo aplicada de forma compensadora. Que coisa deselegante!
E, quando acontecem as tais tragédias naturais. E dá-lhe campanha de arrecadar alimentos, roupas, e tudo o mais para enviar geralmente a milhas e milhas de onde estou. Puts, mal consigo ajudar os que precisam de uma ajudinha na cidade onde moro. Aí, me pedem para ajudar estados reconhecidamente mais ricos do que o modesto Mato Grosso do Sul. Foi mal, mas eu passo.
Passei raiva mesmo após um causo real registrado por aqui, em Campo Grande. Muita gente ajudando o pessoal do Sul, acometido por uma enchente daquela. Antiga estação ferroviária cheia de doações, principalmente roupas e calçados. Eis que, pessoas ligadas à “arrecadação” ficavam passeando em meio ao emaranhado de vestuário escolhendo e adquirindo as roupas. De certo, achou que era alguma grande liquidação. Parei.
Em outra ocasião, se não me engano no ano passado, tentamos fazer uma matéria com uma entidade de classe daqui mesmo, que organizou um evento esportivo para arrecadar alimentos. O motivo era nobre: quanto foi arrecadado e para quem foi entregue os donativos. É..., a entidade prometeu passar as informações na mesma semana. Bom, até hoje estamos esperando. Acho que nem os não-perecíveis agüentaram caso ainda estejam esperando para ser entregues.

É isso, fim de ano chegando e, com elas, certas coisas que sempre aporrinham a gente. Pensando bem, podia bolar alguma coisa filantrópica em prol de mim mesmo. Você pode colaborar?!

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