Três anos após o Mundial de Motocross, qual é o legado para Campo Grande?
No último fim de semana, foi
inaugurado o novo motódromo de Campo Grande. Segundo a prefeitura e a federação
de motociclismo de Mato Grosso do Sul, o motivo da mudança era a falta de
estrutura no agora antigo e desativado motódromo.
A “finada” pista que hoje,
segundo as autoridades, não serve mais para nada, foi a mesma que recebeu uma
etapa do Mundial em 2010. E, a mesma que para receber na época, os melhores
pilotos de Motocross do mundo, foi reformada com a módica quantia de R$1,5 milhão
proveniente do governo do Estado. Puxa, já pensou se alguém indagar a palavra
da moda para questionar o investimento? O famoso qual o “legado” que tudo isto
deixou?. Seria interessante.
Elefante branco? Má
administração? Descaso do poder público e da federação estadual (cujo
presidente na época hoje dirige a Confederação Brasileira de Motociclismo)?
Tudo isto junto e misturado?
Pista preparada para o GP Brasil de Motocross 2010 no agora desativado motódromo de Campo Grande Vipcomm |
Agora, já foi. Espero que o
nobre espaço que recebeu o ‘circo’ do Mundial seja bem aproveitado para outra
finalidade.
Quanto ao ‘novo’ motódromo
localizado no autódromo de Campo Grande, convém lembrar que a área em questão
também segue como alvo de disputa judicial. Mas, independente desta situação, que
não se torne o mais novo palco esportivo a ser abandonado em nossa pujante, mas
maltratada esportivamente, cidade.
Só para relembrar, texto bruto
publicado no dia 24 de agosto de 2010 no jornal O Estado MS, dias após a realização do Mundial. E,
lamentar o não cumprimento das promessas, apesar das boas intenções dos nobres
dirigentes.
Motocross
Após
Mundial, cuidar da pista vira desafio
Federação
local pede ajuda da prefeitura para manter motódromo
Bruno
Arce
O
circo do Mundial de Motocross começa se despedir de Campo Grande. Depois de
receber no domingo, 30 mil pessoas, o Motódromo Municipal localizado na região
do Parque dos Poderes voltou à sua "rotina". O local, que recebeu
investimentos de R$ 1,5 milhões do Governo do Estado para sediar a etapa
brasileira, ficará sem receber mas nenhum campeonato nacional até o fim do ano.
O
presidente da Femems (Federação de Motociclismo de Mato Grosso do Sul), Firmo
Henrique Alves, disse que, por motivo de calendário, não há possibilidade do
Estado receber o Brasileiro de Motocross. "A agenda está toda lotada, não
tem como a prova vir para cá. O trabalho, agora, é para o ano que vem. É
garantir uma etapa brasileira e a vinda da Super Liga (Honda). O que continua
são as etapas dos Estaduais", conta.
Firmo
pretende contar com a ajuda da prefeitura para manter a estrutura do local, que
foi bastante elogiada por pilotos e público. Segundo ele, será preciso uma
manutenção mensal para que a pista, considerada a melhor do País, seja
preservada, mesmo com as variações climáticas. "Sabemos que as chuvas podem estragar alguns trechos. Contamos com
a sensibilidade da prefeitura, para continuarmos recebendo os pilotos de outros
Estados, que deverão vir para treinar na pista mais moderna do mundo. O
motódromo tem que ser encarado como um patrimônio da cidade", ressalta.
Organização
garante Campo Grande para o Mundial de 2011
O
representante da Bracco, empresa que detém o direito da competição no País,
Federico Carli, fez um balanço positivo sobre vinda do Mundial à cidade. Para
ele, a organização superou a expectativa.
"Sem
dúvida, foi melhor etapa já realizada no Brasil. A cidade recebeu com muito
carinho a competição, o público foi uma amostra [disso], 30 mil pessoas. O
trabalho que iniciamos em Campo Grande não é somente para uma prova, mas sim
para muitos anos. Todos gostaram muito daqui, não vejo como a etapa do ano que
vem do Brasil ser feita em outro lugar", afirma.
Carli
disse que a confirmação da prova só será anunciada no fim do ano, com a
divulgação do calendário de 2011. Para ele, o crescimento esportivo do País
proporciona mais uma etapa da modalidade, a sexta da história.
"O
Brasil é o centro do esporte, Olimpíada (2016) e Copa do Mundo (2014) e no
motocross não seria diferente. Para as motocicletas, o País tem um dos mercados
mais promissores do mundo, as empresas têm interesse de se manterem aqui, o que
seria muito difícil do Brasil ficar de fora do calendário", comenta.
Os
pilotos também aprovaram a realização da prova em Campo Grande. Pipo Castro,
melhor brasileiro na categoria Mx2 (250 cc), 13º colocado, definiu o circuito
como um dos mais técnicos do país. Para ele, o grande diferencial foi o
público. "Dava para sentir a vibração. O pessoal apoiou a gente demais,
isso muito gratificante", elogia.
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