Jornalista é arrogante por natureza. Mas, em eleição piora
Certa vez, um chefe de redação “meio” estressado, mas
muito competente, naqueles sermões da semana, disse, creio que com um certo tom
de ironia, que jornalista é um “ser arrogante por natureza”.
E, volte e meia, isso sempre vem à minha cabeça. Pelo que
entendi, deve ser por causa da dificuldade que temos em aceitar críticas ou da
mania que temos de parecer ter opinião sobre tudo. E, na maioria das vezes, ai
de quem discordar.
Pelo que entendi também, na época, o que o ex-chefe
também quis dizer é que a arrogância é um “mal necessário” para o repórter.
Seilá, tipo uma “blindagem” (tudo bem, na época não tinha este termo ainda),
para não cair em alguma armadilha da fonte e de sempre transparecer alguma
sapiência.
Mas, nestas eleições, com os twitters e, principalmente os
facebooks da vida, a coisa se tornou explícita. Fico triste. A rede social (?)
se transformou em um achismo danado. Cada comentário com um tom professoral que ..(respiro fundo).
Nada contra quem quiser opinar, mas me agradaria ver as opiniões
defendidas com mais argumentos (o porquê confia/desconfia de candidato, qual o
projeto que (não) vale a pena votar nele) e não só aquela coisa de criança: “não
vou com a cara dele e pronto. Humpf!”
E, quem sabe, prestar um serviço aos indecisos (grupo na qual me incluo) e ajudar a escolher um candidato. É isso aí, não concorro a nada, mas conto
com vocês!Qualquer coisa, prometo me resguardar em um silêncio arrogante e nada mais escreverei até o dia 28 de outubro.
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