Trânsito reflete a ‘província’ de uma cidade de 800 mil habitantes
Eu tenho a sorte de morar
perto do meu trabalho. Por isso sofro um pouco menos com as barbaridades do
nosso trânsito aqui na Cidade Morena. Há uns dias, ao lado da minha esposa
retornando para casa, me dei conta que a fila de carros fluía muy lentamente.
Impaciente, meio que reclamando, perguntei a quem manda lá em casa: “este
pessoal está muito devagar ou eu é que estou mal acostumado com o trânsito?”.
Ela declinou pela segunda opção. Refleti e concordei. Não dá para ter pista
livre ou chegar a um local na mesma rapidez que há cinco ou dez anos.
Pensando nisto, ás vezes confesso
que acho exagerada a celeuma carros, motos, ciclistas, pedestres e afins. É
muita reclamação por reclamar. Uma batida e lá vem alguém dizendo que precisa
de semáforo. Outro acidente e um pedido por redutor de velocidade. Põe o
sinaleiro (modo campo-grandense de falar), e a reclamação vira o
engarrafamento. Ah ,graaande engarrafamento! Nossa! Aí tira o wall-e vermelho
amarelo e verde. Pronto, acidente e lá vai matéria para recolocar o dito cujo.
Lógico, há muitos acidentes,
pessoal que acha que seta ou pisca pisca é enfeite, outros que se sentem
piloto, ruas mal sinalizadas, e muitos, mais muitos mesmo, que sofrem de falta
de educação crônica. Disso, todos os cidadãos de “boa índole” já sabem.
Mas, generalizar acidentes de todo o grau, e não
cansar de culpar as autoridades somente porque você deixou de sair de sua casa
alguns minutos antes, ou achar que fila dupla só é ruim quando não é contigo, é
demais. É esquecer que já não vivemos em uma cidade pequenininha. Ou, pior, é
reclamar que a cidade é assim e assado, parece uma província, e não fazer a sua
parte na cidadezinha de 800 mil habitantes. Ou, dirigir como se fosse o dono da
rua, ignorando estar guiando um veículo dentre sei lá, uns 300 mil (dados do
IBGE).
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