Esporte sul-mato-grossense. O que é bom está lá fora
E este título aí
em cima? Ficou meio, assim, com duplo sentido né? Ou triplo, quádruplo,
quíntuplo, ah, vá para o quinto dos infernos de quente que está por estes dias
em Campo Grande. Está bem, isto foi sem sentido.
Vamos ao primeiro
dos dois lados de “Esporte sul-mato-grossense. O que é bom está lá fora”. Você,
que se esforça para acompanhar o cenário desportivo estadual, ou não, por lo
menos já ouviu falar de Talita (vôlei de praia), Ana Carla Grincevicus (judô),
Bruna Benites (futebol), Lucas Kanieski (natação), Natasha Farinéa (vôlei)? Ah,
diga que sim, mesmo que depois recorra à internet para saber de quem se trata.
São nomes
revelados em Mato Grosso do Sul que brilham lá fora por outros Estados. Isto,
sem contar os mais famosos que jogam o futebol masculino. Os motivos do êxodo?
São conhecidos e, ao mesmo tempo, discutíveis: falta de apoio, material humano,
credibilidade dos dirigentes, vontade política, calor. Não, calor foi só uma
brincadeirinha para quebrar o gelo. Estou incomodado com este tempo tórrido
precipício de vender protetor solar e picolé. Escrevo esta coluna no início da
tarde de “sexta-feriado” e deve estar, segundo conhecimentos totalmente
abalizados no achismo, pelo menos uns 33ºc.
Agora, let’s go
ao segundo sentido de “Esporte sul-mato-grossense. O que é bom está lá fora”. A
arraigada mania do o que é daqui não presta. Olha, isto mereceria um estudo
filosófico, psicológico, sociológico, antropológico. E não apenas cair no lugar
comum, o do “lógico, é daqui, não poderia dar certo mesmo”. Por que lá em São
Paulo, no Rio, Porto Alegre, Minas, ou em qualquer praça que não tenha o
glorioso “do Sul”, é melhor. Geralmente, salvo exceções, quando o atleta/equipe
viaja para enfrentar um oponente de outro Estado parece iniciar a disputa
perdendo. Ás vezes, acontece até mesmo “dentro de casa”.
Isto expande para
além da competição e das arquibancadas. Um exemplo é o estádio Morenão. Alvo de
críticas toda vez que abriga um jogo “nacional”. Seja pelo gramado, pela
iluminação, ou até mesmo, pasmem, pela dimensão do campo de jogo. “É muito
grande!”, protestam. Alguém aí já viu o estádio dos Aflitos, no Recife, ou o de
Mogi Mirim, no interior paulista, ou o da Curuzu, em Belém do Pará? Se não,
pesquise. E, porque a diferença no tratamento? Ah, é porque o daqui não presta.
Com todo o respeito, desde a primeira vez que fui ao Morenão, e já faz quase 30
anos, nunca presenciei nada de tão alarmante que desabonasse o estádio. Sim,
precisa de reformas, muitas, mas, nunca vi ter de parar um jogo por causa de um
sistema de irrigação com defeito. Como o ocorrido no jogo São Paulo x Flamengo,
Itu?
Olha, posso ter
exagerado. Longe de mim achar que o esporte por estas plagas está uma maravilha.
Gente boa que conheço há décadas e que não desiste do esporte, acredita que os
tempos atuais estão piorando a situação. Entretanto, um pouco de bom senso é
fundamental. E, aceitar passivamente o que é martelado há décadas como verdade
absoluta, certamente não é o caminho.
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