Teixeira e Havelange saíram de fininho. Quem poderia ser o próximo?


Texto publicado na edição de sábado (4) do jornal O Estado MS

Ricardo Teixeira já era da CBF. João Havelange partiu esta semana da Fifa. Quem poderia ser o próximo? A lista de opções é enorme e varia. Vamos tentar restringir. Só vale para dirigentes que comandam entidades esportivas há pelo menos quatro anos. É, não vai melhorar grande coisa.
Faremos o contrário. A sugestão é para quem está há menos de 24 meses. Bingo! Cravo José Maria Marin. Excelentíssimo presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Inicialmente, pelos serviços não prestados à frente da CBF. A seleção está na pior colocação do ranking da
Fifa, 19ª, Felipão não empolga, e para se manter à frente da entidade, o Zé das Medalhas, de acordo com a imprensa nacional, aceitou pagar uma mesada de R$ 100 mil aos cartolas que comandam as federações estaduais.
Para piorar, há pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, Marin não é bem quisto pelo governo federal. Tudo bem, a dupla em questão é cheia de defeitos, mas, o certo era CBF e governo trabalharem juntos para evitar um vexame mundial, dentro e fora de campo, em 2014. Mesmo porquê quase nada dos cofres públicos foi gasto até agora para receber a competição da Fifa. Tudo bem, pegou mal o Distrito Federal gastar R$ 5 milhões de reais em capas de chuva para policiais? Pessoal achou ruim pagar R$ 315 por uma capa. Tempestade em copo da água.
Some tudo isto a um sério agravante. É sério. Gravações feitas de quando José Marin era deputado na época da ditadura trazem o político enaltecendo o trabalho da repressão militar. Em dois discursos feitos em espaço de um ano, entre 1975 e 1976, o presidente da CBF atacou
o jornalismo da TV Cultura, dirigido à época por Vladimir Herzog, e homenageou o delegado Sérgio Paranhos Fleury. Lembrando: Herzog foi o jornalista encontrado morto na delegacia de São Paulo, à época o Doi-Codi, em 1975.
Ivo Herzog, filho de Vladimir, acusa Marin de participar da prisão de seu pai. E já desafiou o presidente da CBF. “Se ele quiser conversar publicamente, tenho cinco perguntas para fazer.”
Vamos dizer que tudo isto é coisa da oposição. Imagine na Copa (cá para nós, quem inventou este bordão foi um ‘gênio’): Abertura do Mundial em São Paulo. Estão lá, dezenas de autoridades representando seus respectivos países, alguns que passaram por ditaduras, outros por guerras, e pelo Brasil, Marin. Aí, como é de praxe, estrangeiros querem saber um pouco mais do cartola nacional, perguntam o histórico do manda-chuva da CBF. É..., sinceramente, não lembro de algo positivo em seu currículo. ‘‘Marin representando futebol é imaginar alemães colocando nazistas no comando da Copa 2006’’, falou o filho de Herzog, que luta para tirar Marin da CBF.
Sei, sei, é um assunto meio espinhoso a tal ditadura. Dali para falar que é discurso de comunista, de esquerda, e tal, é um passo. “A pior das democracias ainda é preferível à melhor das ditaduras.” Esta quem falou foi um tal Rui Barbosa. Estou ou não bem amparado? Então, por que não sonhar?. Seria forçar muito dizer que vivemos até certo ponto em uma ditadura via CBF, federações, COB, sustentados por subservientes e apoiadores/aproveitadores? Ah, mas vai pôr quem no lugar do Marin? Sanchez?!, Ronaldo Fenômeno?! Bom, isso me lembra outra frase vinda do palavreado coloquial. “Agora, você me abraçou sem me apertar”. Ou  seria, me enforcou sem apertar?

Decisões nos estaduais. Agora, vai?!
No domingo, será conhecido o campeão de Mato Grosso do Sul. Talvez também no Rio de Janeiro, e no Rio Grande do Sul. Digo e reafirmo: passou da hora de repensar os estaduais. Não sou contra, mas há de tentar torná-los mais atrativos. Do jeito que está, a fonte corre o risco de secar.
 Compreendeu?! Para bom entendedor, meia palavra basta. Está bem, está bem, vou parar por aqui. Desculpem, devo estar passando por uma má frase.

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