Para montar um time, é preciso se dirigir ao Caixa


Texto publicado na edição de sábado (11) do jornal O Estado MS


Nada como viver em um país sem problemas. Alguma dúvida, pergunte lá na Caixa! Depois do Corinthians, o banco público vai patrocinar o Flamengo. Sem contar o Coritiba, que parece ter acertado também. Daqui a pouco, será melhor estatizar o futebol brasileiro. Pelo menos tornaria cristalina a chance de “saírem” com o José Marin.
Vejam bem, estádios bancados pelo governo, loteria criada para ajudar clubes, e já está em andamento projeto em âmbito nacional que visa perdoar as dívidas de clubes, federações e entidades (não só envolvidas com o futebol, diga-se de passagem), com o poder federal. Eike
maravilha! Gastou-se até agora pelo menos R$ 1 bilhão na reconstrução do Maracanã e o principal estádio do país foi vendido por um valor que, hoje, não vai chegar a R$ 800 milhões. Difícil esta conta fechar. Soma pior do que quando você vai a alguns restaurantes, e quando o garçom vem todo garboso com a “dolorosa”, vem uma série de gastos inclusos, “se o cliente não perceber, deixa estar”.
E a gente vai achando tudo maravilhoso, se divertindo com vídeos “Gente, o Zizao tá lendo” (pior que ficou até engraçado), Ronaldo Fenômeno toda hora na telinha e por aí vai. Ainda falando em Copa do Mundo, cadê a minha caxirola? Para quem não está a par, a bendita caxirola é uma espécie de chocalho desenvolvido pelo músico Carlinhos Brown.
A ideia é a de que o objeto vire símbolo e seja utilizado pelas torcidas na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Uma espécie de vuvuzela (lembram?) brasileira. Até o
momento, a torcida do Bahia foi a que melhor soube usar o instrumento de nome e utilidade
duvidosas.
Ainda houve gente que achou vergonhoso os torcedores atirá-las ao campo. Melhor seria
ter dito antes que a tal caxirola (ê nomezinho sem vergonha como diria o caboclo) foi quase
que empurrada goela abaixo por mentes brilhantes que passam longe dos estádios tupiniquins. Mas, tudo bem, porque vou perder tempo com isso né? O rolo foi lá na Bahia, Mato Grosso do Sul não é Estado-Sede, blá-blá-blá, etc. E daí que o negócio e a comercialização foram vendidos a uma multinacional norte-americana no valor de R$ 3 bilhões. Alguém vai ter de pagar a conta ou arcar com as consequências. Yes, or not?

Campeonato Sul-Mato-Grossense 2013: Quando o produto é 'modesto', não há propaganda que o faça decolar

Como não lembrar de Galvão Bueno na Copa de 1994 ao falar do Sul-Mato-Grossense de futebol: Acabou! Acabooouu! Olha, a gente se esforçou, aqui na redação a briga de todo domingo para não deixar que a televisão caísse em mãos bandeirantes foi grande, mas no final. A sensação, infelizmente, foi de alívio.
Confesso que até nutri esperanças de que a decisão de domingo atraísse mais público ao Morenão para ver a disputa entre o Amarelão e o Jacaré do Conesul. É, não foi bem assim. Teve promoção, distribuição de ingressos, farta exposição na televisão (da próxima vez a dica é um domingo antes fazer matéria para o Fantástico), e, mesmo assim, o estádio recebeu algo em torno de 2 mil torcedores.
Detalhe: mais não pagantes do que pagantes, isto com a entrada variando de R$ 2 a R$10. Dados oficiais via Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Qual foi o problema? Será que se fosse Comercial ou Operário (que ao que tudo indica, vai retornar aos campos), a situação seria diferente? Conjecturas, conjecturas. A falta de credibilidade de quem organiza (alguém sabe de alguma punição pela briga do jogo em Ivinhema?), o nível técnico, a qualidade dos estádios, também são opções a serem respeitadas. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Educação nos EUA sob ataque conservador é mais do que um aviso