Desculpa aí, mas pôr tudo na conta do juiz é sempre chororô demais
Texto publicado na edição do
dia 18 no jornal O Estado MS
Olá. Se você é corintiano,
talvez seja melhor parar por aqui. Ou pular para o meio da coluna em que
mudarei de assunto. Se quiser continuar por aqui, agradeço, mas não diga que
avisei.
Confesso, não assisti ao jogo
com o Boca Juniors pois estava acompanhando na telinha outra partida. Talvez, mudaria
minha opinião. Hum...não. Acho que não.
Enfim, o que quero dizer é que
estou incomodado com o espaço dado pela imprensa acerca dos erros do árbitro no
Pacaembu. De uns anos para cá, tomei uma decisão informal de, ao analisar,
comentar, palpitar jogos, não culpar derrotas de times por erros dos juízes. É
meio subjetiva esta decisão, mas de cabeça vou listar dois motivos. O primeiro,
é que nunca escutei técnico ou dirigente reclamar quando sua equipe ganha por
algum deslize favorecido pelos homens do apito. Você já? Algo como: “me
desculpem, nós ganhamos, mas não merecemos
pois o juiz ajudou a gente. Se
pudesse, daríamos a vitória para o adversário porque a vitória não foi justa”.
O segundo motivo é para não
dar moral para as teorias da conspiração. Olha, que até me apetece algumas, dá
uma vontadezinha de acreditar e sair por aí espalhando. Porém, é como disse um
amigo certa vez: “puxa, se for assim, não dá mais para acreditar no futebol?!”
Complicado, hein? Tudo bem, há algumas situações bem estranhas, como o título
da Argentina
na Copa de 1978, a vitória da
Inglaterra em 1966, ou até o título do Brasil em 1962, quando algumas coincidências
fizeram o suspenso Mané Garrincha estar na final. Mas, provar por A + B, é
difícil. Deste modo, vou exercer o benefício da dúvida.
Volto ao jogo que eliminou o
Corinthians. A equipe jogou mais ou menos, na verdade, endosso a opinião de
vários alvinegros de que a vaga foi perdida em Buenos Aires quando deixou o
Boca fazer 1 a 0. O trio de arbitragem errou muito? Errou. Mas não dá para
ficar batendo nesta tecla tal como aquele pensamento “uma mentira contada mil vezes
torna-se uma verdade”. O juiz prejudicou o Timão? É verdade, assim como tantos
outros clubes e seleções que já foram prejudicados e beneficiados em tantas e
tantas competições. A culpa da desclassificação foi só do agora famoso Carlos
Amarilla? É mentira. O técnico e o time argentino tiveram seus méritos, mais
taticamente do que tecnicamente. E, ao Tite, a certeza de que a festa de 2012
tem de acabar. Agora, é cair
na real.
Naviraiense começa a incomodar
até o futebol de MS
Se futebol é uma caixinha de
surpresas, o que o time do Naviraiense comandado pelo espirituoso técnico
Paulinho Resende tem aprontado é um contêiner.Depois de eliminar a
Portuguesa-SP, o Jacaré do Conesul bateu o Paysandu lá no Pará e continua a
fazer história na Copa do Brasil. De Mato Grosso do Sul, além do time de
Naviraí, somente o Comercial em 1994 conseguiu passar por dois adversários no
maior torneio matamata do país. Festa merecida para um grupo que, destas coisas
que só acontecem no futebol, ignora chavões como planejamento, estrutura, etc.
“Ou era vencer ou ir pra casa chorar o leite derramado. O suor de cada um
escorreu mais que a chuva. Nem isso atrapalhou a gente”, disse o treinador. E,
que venha o Atlético-PR.
O sucesso solitário da equipe já começa a fazer estragos
até em solos sul-mato-grossenses. Com a vaga para a terceira fase, o atual
vice-campeão do Estado tem garantidos R$ 700 mil via CBF. Mais do que o dobro
do patrocínio de R$ 300 mil da FFMS com a Chevrolet. Por esta e por outras, o
“fogo amigo” já começou. Vai vendo...
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