No fim, a mini-entrevista com o Oscar deu Liga



Encontrei Oscar Schimdt, o “Mão Santa”, apenas uma vez. Já com a vitoriosa carreira encerrada, o ídolo do basquete brasileiro estava em Campo Grande para gravar uma propaganda. E, lá fui eu, repórter, tentar falar com ele e, quem sabe, conseguir uma boa matéria.
Lembro até hoje, chegamos lá, eu e o fotógrafo, meio de “supetão”, no ginásio em que seria gravada a filmagem. O assessor do Oscar foi sintético: “Você pode ir lá (no vestiário), ele está se preparando para gravar”. Confesso que fiquei com um certo receio, e da quadra até o vestiário foram uns dez, vinte, trinta passos dados em um misto de ansiedade com euforia por ter a chance de falar com o cara que me incentivou a gostar e muito de basquete.
Foi meio frustrante. Sério. Não por culpa dele, talvez por culpa minha. Às vezes, muita expectativa causa certa decepção. O entrevistado alto para mais de dois metros não estava muito a fim de falar, então adotei a tática do abafa: quando estava terminando uma resposta, já engatava outra pergunta, não pode deixar o entrevistado ter a chance de levantar ou dizer que está apressado para outro compromisso.
É, deu para rolar umas quatro perguntas, beleza, valeu e fomos embora. Na ocasião, feita e publicada a matéria em O Estado MS nem dei a devida importância. Fora, lógico, o fato de ter entrevistado o literalmente grande Oscar. O ano era 2004, ou 2005, a minha (falta de) memória não está lá muito confiável. Mas, o na época editor de Esportes e hoje, amigão, tempos depois constatou uma coisa que me deixou feliz: “Kishô, quando você falou com o Oscar, foi a primeira vez que ele cogitou criar uma Liga de Basquete. Você deu um furo nacional!”. Que coisa, se é verdade ou não, fato é que em 2005, o atleta-dirigente tentou engrenar uma liga independente, que daria frutos três anos depois e hoje é o NBB. Puxa, pelo menos vou ter história para contar os meus filhos e netos.
Na verdade, lembrei do fato mais para dar os parabéns ao Mão Santa Oscar Schimdt. O mais novo nome no lendário Hall da Fama do basquete norte-americano. Agora, definitivamente, ídolo mundial.
Getty Images

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