No Carnaval, não leve relógio, carteira, câmera. Melhor, fique em casa



Já soa até folclórico recomendar a alguém que irá ao Rio de Janeiro  que, quando for à praia ou, neste caso, ao Carnaval, levar menos coisas possíveis, aposentar relógio, joias, e qualquer coisa de valor que possa ser roubado. Sério, conheço nativos fluminenses que ainda falam disso com certo orgulho. Em uma linha de pensamento “só é roubado quem é turista, ops, otário”.
Lembrei disto hoje, quando estas recomendações são proferidas por um especialista de segurança. Em rede nacional, na maior emissora de televisão do país. E ainda fala com uma naturalidade de quem pede vai ao banheiro e deixa a porta aberta. Falo isto do Rio, mas serve para qualquer capital do País (é só trocar o nome da cidade).
Folclorices e brincadeiras à parte, fico um pouco entristecido. Espelha às quantas andam a segurança pública. Ia defender que esta atitude do tipo “se tranque em casa e deixe os bandidos livres na rua” decreta a falência da segurança em território nacional. Mas, acho que é muito.
Preocupante é que as recomendações de tão antigas já são consideradas normais. Aí, quando algum turista chega ao Brasil ou começa a ler o noticiário tupiniquim fica temeroso, ou já chega com medo. E o brasileiro acha isto um absurdo! Vai entender...
Olha, o mais longe que viajei fora do país foi para Assunção, capital do Paraguai. Umas quatro vezes. E, não ouvi nenhum conselho para cuidar da minha carteira ou não andar com um relógio, que comprei com meu honesto trabalho e não com a intenção de enquadrá-lo e deixar na parede da sala.
Tenho amigos e parentes que viveram ou visitaram países da América e da Europa. E não lembro de nenhum deles ter recebido a recomendação de quando andar na rua evitar usar roupas com bolsos rasos. No exterior, a sensação de andar pelas ruas é o oposto de quando você pisa o pé de volta na terra brasilis.
Que bom não ter este problema para se preocupar lá fora! E que pena para nosotros, por levar os problemas empurrando com a barriga e não olhar para o próprio umbigo. Lembre-se, cuidado com a carteira.

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