Doping em adolescente escancara o que tem de ruim no esporte

Pode e, admito, chega a ser paradoxal. Meu ganha pão vem do meio esportivo, o mundo das competições é legal, me emociono com as lições de vida que proporciona o desporto, e tudo o mais que me faz pensar em coisas boníssimas.
Mas, ao mesmo tempo, não faço muita questão se meus filhos passarem à margem de torneios. Quero sim, que pratiquem esporte e que isso traga ensinamentos para suas vidas ao longo das décadas que irão percorrer.
Mas, da obsessão insana de pais, professores e atletas por resultados, medalhas, vitórias... não.
Digo isso porque me assusta esta crescente pressão por resultados em cima da molecada, cada vez mais cedo.
Dizem que é fruto da sociedade “moderna”. Ganhe mais, ganhe mais, supere o seu adversário. O fim justifica os meios.
Não, não, obrigado. Talvez, daqui a uns anos, meus filhos queiram entrar para valer no esporte. Vou ter um pouco de receio, mas, tudo bem, faça o melhor. Sem trapacear e sem dramas.
E, principalmente, sem doping. A notícia de que um garoto de 13 anos foi pego em exame antidoping no Campeonato Brasileiro Infantil de natação, realizado em novembro, é entristecedora (leia aqui).
E nem vem dizer que o garoto sabia ou pediu para usar o estimulante. Ou que, aos 13 anos, todo mundo já sabe o que quer.
O pai, a mãe, ou o (ir)responsável pelo atleta sabem o que é certo ou errado. O adolescente, no máximo, acha que sabe. Seja como for, é sabido que o esporte em seu cerne tem a  honestidade, o culto pela saúde e, cada vez mais, a superação dos limites. E, neste último é que reside a principal causa de lesões, tal o esforço cada vez maior. Mas, nada justifica o doping. E, em jovens que ainda nem o físico totalmente formado possuem, é temeroso. E, no repugnante. 

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