Sei lá eu, deu saudade da Dama da Viola Helena Meirelles

Ontem, foram completados seis anos da morte dos meus avós. No costume japonês são sete. Eu não sei, mas às vezes foi por isso que lembrei de outra data.
No próximo sábado (28), serão completados oito anos da morte de uma amiga. Perdoe a intimidade, mas eu me sinto no direito e não estou nem aí. Acho que nem ela. Talvez, ela me detonaria. Ou, só serviria para ela contar outro causo. Ou dedilhar uma música.
Por mais que tenha gente que defenda que, na realidade, ela não sabe nem o que são notas musicais, pouco me importa. Flor de Guavira, Guarânia, entre tantas outras palavras que me fizeram admirar e gostar mais ainda o som do Mato Grosso do Sul.
Prefiro ficar com o reconhecimento que ela teve fora do país, para depois ser descoberta em território nacional. Antes tarde do que muito tarde. Jogue no Google e verá que há muitos prós e contras. Se bem que, se viva estivesse, ela daria de ombros. Preferiria tocar em algum canto. Qualquer canto. No teatro, na praça, na boate, na “casa das moças”. Seja onde for, sem preconceito.
Sinto muito não ter me despedido dela. Nos meus tempos de repórter, fuçava e conseguia trocar umas palavras com ela quase que mensalmente. Seja no interior paulista ou por aqui no MS. Acho que, inconscientemente, me servia como uma auto-ajuda. Alegrava o meu dia. Até quando me atendia em hospital, caraça, a incomodava mesmo. Seja para saber da vossa saúde, ou de seu companheiro. Me tratava daquele jeito e educação de gente da roça que para quem é da cidade até estranha e nos faz envergonhar de como, ás vezes, somos tão selva de pedra.
 Já nas últimas entrevistas, a violeira reiterava o desejo da casa própria. Prometida por ela pelos governos estaduais. Aliás, confesso que não sei a quantas anda a casa cedida para a instrumentista, em Campo Grande.
A última vez que a vi, foi em um teatro, aqui mesmo, na capital sul-mato-grossense. Confesso que foi meio melancólico. Era lançamento de um documentário sobre a Dama da Viola. Acho que ela ficou meio constrangida. Nunca foi dada a homenagens. Por isso, nem sei se ela gostaria que eu estivesse aqui escrevendo.  Melhor mesmo  é escutá-la. E ficar sempre com as boas lembranças.
“Vai com deus me filho. Que ele te projeta e sempre te dê saúde”.
Helena Meirelles
Reprodução

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Educação nos EUA sob ataque conservador é mais do que um aviso