É ultrapassado, eu sei, mas curto textos longos
Quando era (?) um garoto,
adorava ler os jornais que meu pai assinava ou comprava. Lembro do extinto
Diário da Serra e da Folha de S. Paulo. Daí deve ter vindo ou potencializado
inconscientemente a minha vontade de escrever.
Entrei na faculdade e, sorte a
minha, fiz estágio na assessoria da UFMS. Além do trabalho, de ter conhecido
gente que aprendi muito, foi o privilégio de, na época, ter acesso, além dos
jornais locais, os “jornalões” O Globo, Folha de S. Paulo, e os
desafortunadamente extintos Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.
Já devidamente “jornalista”,
uma das minhas diversões era de, no domingo, ir ao centro de Campo Grande e visitar
a banca POP, ou a Time, ou A Criativa. O motivo: adquirir um dos jornais vindos
dos outros centros: quase sempre recaía no Jornal do Brasil ou no O Globo, pois
na época, a redação da Folha do Povo proporcionava o acesso aos dois principais
jornais de São Paulo.
E,o que mais curtia, era,
logicamente o material. Adorava os textos longos, daqueles que o repórter parecia ter um bom espaço para contar
da melhor forma a sua história. É, para mim, cada matéria como uma história.
Bem contada, te prende até o final.
Pois bem, escrevi estas
memórias só como um desabafo. Devo ser um jornalista das “antigas”. Hoje,
quando vejo uma série de textos fragmentados, uma profusão de imagens, ilustrações,
tenho duas sensações. A primeira, que, geralmente fica bonito. A segunda, a de
que sempre acho que falta texto.
Sei que a tendência, pelo menos
no Brasil, é esta. As páginas de um jornal, ou revista, estão quase como uma
página de site. Não sei se o caminho da mídia de papel é “brigar” com o site.
Nem tenho conhecimento para tanto.
Mas, que me dá nostalgia
daqueles textos enormes, sim alguns muito chatos, talvez como este, isso dá. É
isso.
Um desabafo quixotesco contra a Ordem dos Textos Curtos e a Poluição Visual. E, vamos nessa que, ao contrário da
música do Titãs, Sim vou me adaptar. Na verdade, preciso!
Comentários
Postar um comentário