O cara mais underground que conheço é o padre Jorge
Olha, sou católico, mas não
daqueles fervorosos. Não praticante. Hoje em dia, aliás, estou meio que muito
fora de forma de um modo geral.
Mas, isto não vem ao, caso, acaso
ou ocaso. Estávamos nós, a family e alguns amigos domingão na igreja no centro de Campo Grande. O motivo:
batizado. Manhã um pouco fria, missa idem, e eu esperando o batizado da minha
filhota. Musiquinha, orações, tudo muito certo, impressionante como igreja dá
uma paz, no meu caso, um soninho bom...
Eis que lá pelas onze horas,
começou a ficar bacana. Para receber o sacramento, troca de padre. E entra o,
como disse meu amigo Augusto Araújo, o primeiro padre stand-up comedy. Se todos
tivessem 50% do humor e das tiradas do italiano com cara de Leslie Nielsen
(lembram do Apertem os Cintos, ou Loucademia de Polícia?), a igreja católica
seria, se não com mais adeptos, pelo menos mais agradável.
Com a maior simplicidade, o
padre não se fez de rogado e comanda o batizado tendo a seu lado um livro, que
deve funcionar como manual de instruções. E, por aí, vai entre os passos até a
água na cabeça frases que, infelizmente, decorei apenas algumas:
“Coitados destes soldadinhos,
desde manhã na rua (era 26 de agosto, aniversário da cidade) na rua, sem comer
nada, coitadinhos (risadinha)...”
“Vocês sabem o que se comemora
no sábado de aleluia? (silêncio geral) Não? Vixi, vão tudo pro inferno...
brincadeirinha”
“Não quero lembracinha, tenho
bastante coisas que eu ganho no meu cantinho. De tempos em tempos tenho que
fazer uma faxina e jogar um monte fora”
E a melhor:
“Como se diz em japonês,
arigatou (obrigado)! Saravá! Não, não é saravá... Ah, sayonará! É Sayonará
(adeus)!“
Lembrando: Tudo isso no altar
da igreja. È ou não é bacana este padre.
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