Dia dos Pais, fim da Olimpíada-2012 e as ‘marmeladas’


Texto publicado na edição de sexta-feira (10) do jornal O Estado MS

*Luciano Shakihama

Curiosamente, o maior evento esportivo do mundo deste ano termina no Dia dos Pais. Acho que, se um dia eu ganhasse uma medalha olímpica meu velho ficaria feliz. Mais óbvio impossível, né? Porém, jamais tive talento e persistência para tanto. A máxima de que jornalista esportivo é um atleta frustrado, cai como uma luva em meu caso. E olha que tentei muitas coisas na época escolar: basquete, handebol, vôlei e, principalmente, beisebol. Confesso que, na maioria das vezes, o importante é competir era levado não só ao pé da letra, mas a mão e todo o resto também. De pelo menos uma coisa sempre tive certeza. Se
eu fizesse corpo mole na hora da partida, palavras de reprovação sairiam do progenitor. Na ocasião, nem damos muito valor. Achamos que isso é conversa fiada, no melhor (pior) estilo “eu ligo o rádio e blá-blá-blá”. Mas, com o passar dos anos, percebi que isto transcende o espírito esportivo. Ser justo consigo ou pelo menos tentar conseguir ser.
Valeu, “véio”! Lições que tenho comigo no dia a dia e tento compartilhar com meus filhotes. Esforçar-se ao máximo em tudo o que você se compromete a fazer, sem armar resultado para ter alguma vantagem lá na frente.
Digo estas coisas porque nesta Olimpíada, o que pipoca de suspeitas de marmelada é lamentável. Se juntar Sherlock Holmes, James Bond e Austin Power ainda vai ser impossível
provar ou investigar os fatos. Uma pena!  Será que vai ser preciso incluir na maioria das modalidades a regra que existe no badminton? A de que atletas que não se esforçam
ao máximo nas partidas são desclassificados? Medida radical?! Elementar, meu caro leitor, mas é chato ver algumas situações.
Como a Espanha, no basquete, que perdeu de forma “estranha” para o Brasil para evitar a semifinal com os Estados Unidos, ou a Noruega, atual campeã mundial e olímpica no handebol feminino, que foi derrotada de maneira “esquisita” no último jogo da primeira fase para enfrentar as brasileiras nas quartas de final, que chegaram ao mata-mata como primeiras do outro grupo, isso é. Aqui não vai nenhum pingo de ufanismo. Lembro que não concordei com o jogo em que o vôlei masculino perdeu de propósito para a Bulgária em um Mundial só para adiar o confronto com Cuba.
Mas na Olimpíada fica ainda pior, pois o evento tem em sua origem o mais puro sentimento do que é o esporte. As medalhas, logicamente, são importantes. Mas mesmo com toda a estrutura bilionária que envolve a competição e a pressão sobre os atletas, competir limpamente sempre vai valer ouro.

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