Lambrini Girls é das melhores coisas punk rock dos últimos anos

 

Tinha a impressão de ter escutado o som das minas da Lambrini Girls em algum filme, série ou coisa parecida. Cujo nome da música (e letra) chamava atenção: Big Dick Energy
Pego o gancho que a banda liderada pela dupla Phoebe Lunny (guitarra e vocal), e Lilly Macieira (baixo e backing vocal), lançou álbum este ano para deixar registrado por aqui esta porrada de energia movida a atitude em bater de frente com a clara dominância machista desde sempre.
Who Let The Dogs Out, se bobear, é ou será das melhores coisas punk rock do ano. Onze músicas, meia hora, que começa com Bad Apple.
Racial statues are a virtue  - Estátuas raciais são uma virtude
Lick the boots and cuffs that hold you - Lamba as botas e os punhos que te prendem
Heavy arms, direct commands - Armas pesadas, comandos diretos
Protect and serve, point and shoot - Proteja e sirva, aponte e atire

A Lambrini – que vem de Lambrini Perry e segundo Lilly é nome de “vinho de banheiro para vagabundas” - começou em 2019, em Brighton. Além das duas, na bateria tinha Catt Jack. Começaram a ficar conhecidas três anos depois
por causa de um show no Festival The Great Scape, em sua cidade. Foram chamadas para tocar em cima da hora para substituir outra banda que desistiu de subir ao palco do evento.
No fim do mesmo ano, deixam claro o que pensam e mandam Help Me I’m Gay sobre a banalização do termo queer. Phoebe e Lilly adicionam uma pegada ao punk rock bem nervosa para os dias de hoje.
Ah, no álbum deste ano, tem a faixa No Homo . Ela que semana passada me fez parar e, “cara, vou escutar mais dessas meninas”, e caí no álbum.
É uma música bem humorada. Bem sotaque e jeitão britânicos.
The epitome of everything, I'll tell her how I really feel - O epítome de tudo, eu vou dizer a ela como eu realmente me sinto
She'll realise that I'm homo for sure - Ela vai perceber que eu sou homo com certeza
I like your face but not in a gay way - Eu gosto do seu rosto, mas não de uma maneira gay
No homo - Não homo
Capa do Who Let The Dogs Out
Lambrini – cuja bebida, um tiozinho do Financial Times descreveu como “voltado para a bebedora feminina indiscriminada” - tem música contra a extrema direita do Reino Unido (God’s Country
Não satisfeitas, se recusaram a tocar em festivais (inclusive em edição do The Great Scape) cujos alguns dos patrocinadores apoiam Israel no genocídio contra a população palestina.
Também compram briga com o pessoal anti trans. Em 2023, em entrevista à revista Kerrang!, Lunny disse que, "acabaria com qualquer TERF , qualquer dia, pessoalmente, com meus punhos”.
TERF é sigla para "Trans-Exclusionary Radical Feminist", ou, em português, Feminista Radical Trans-Excludente. Refere-se a um grupo de feministas que adotam uma visão transfóbica, excluindo mulheres trans de seus espaços e direitos, argumentando que elas não são "mulheres de verdade".
Puro suco punk rock, né, não?!
A barulheira também. Nas faixas estão a bateria sem firulas, os riffs de guitarra e a linha de baixo típicas para pogar, dançar do jeito que quiser e por aí vai.
Como Love
True love is nothing more - O verdadeiro amor não é nada mais
Than the wrong hill to die on - Do que a colina errada para morrer
Trauma bonding over exes, with the best of intentions - Ligação traumática sobre ex-namorados, com a melhor das intenções
Put me on a pedestal - Coloque-me em um pedestal
So you can rip me off - Então você pode me enganar

É isso. A dica da vez tem atitude acompanhada daquele humor sarcástico que ajuda a passar a mensagem que Lambrini Girls tá fim. 
Se puder apoiar de alguma forma este que escreve, agradeço.
Qualquer coisa entre em contato. Pode ser para trocar ideias, de boa.
Em caso PIX, a chave é blogdokisho2@gmail.com
Estou em modo Open to Work. E num perrengue daqueles.
Brigadão
Abraço

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