De Dourados, Marinn OD$ rima um Jaguapi- Funky do bom

 

Capa do EP Jaguapi-Funk, de Marinn OD$

Dica da vez é direto e reto. Vou tentar. O álbum é o EP Jaguapi- Funky, rap do Marinn OD$ lançado este ano.
“Direto do fundo do poço, sou indígena em Dourados, qualquer mal pra mim é pouco. Lá da aldeia Jaguapiru”. Trecho de Loka Vida.
Tropecei nesse som em um storie (se a memória não falha) da SoulRa.
“Direto da Aldeia Jaguapiru para as ruas da GoldenCity, eu Marinn OD$ (@marinxcorreria ) sou compositor e beatmaker do grupo Odiados. (@odiados67)” . Assim inicia a apresentação de Marinn no Spotify.
“É três da tarde de uma simples terça de mal com o mundo. E o mundo, com mal de nóis. Ancestrais, herói. B.O. pendente, corrói. Se é eles por eles, então e nóis por nóis, vamo trancar rodovia.” Nessa toada, 27 de novembro, Marinn dá o recado.
O diferencial, por exemplo, em relação ao hoje badalado Brô MC’s, é a sonoridade. As letras, a realidade estão lá, porém, a bordo de uma base funkeada, mais ritmada. Ou, como diria Mano, funk do bom, minha trilha sonora.
Prova de que o rap, no caso o indígena, pode ter um som dançante, por que não? Tem indignação, sim, mas tem outros aspectos também. Ideal fuga para deixar de lado, mesmo que por instantes, a vida dura, e todos aqueles clichês ou “obrigações” a ter se tiver saído da reserva.
Com participação e apoio de Helo Ferreira, que empresta a locução para as intervenções em Jaguapi-Funky, estilo rádio, o trampo navega entre a atitude e, por vezes, instrumental que manda o recado por meio do estilo, digamos, menos tenso. Com base no que li no Insta, o trampo contou também com Vidau no beat e na mix, e Clodoaldo Vaz a cargo da master.
À todo indígena pobre da Jaguapiru, a faixa Aldeia Flutuando vem pesada sentido avenida Presidente Vargas. Mó cara - põe muito tempo nisso - que não passo por Dourados, mas PV, assim como Marcelino Pires, e rua Hayel Bon Faker, são nomes que me vem a cabeça quando lembro da City. 
As letras do artista de 20 anos meio que chegam como conexão (im) provável entre o asfalto e a selva de terra. 
Lá pelas tantas, h3lo faz me lembrar do Dj Nel, daquela parte paulista em, “Hey, hey, hey nego. Você está na sintonia da sua Rádio Êxodos”, de Da Ponte Pra Cá.
Na então rádio Jaguapiru, ela destila salves de manos e manas inter quebradas e regiões de Matão do Sul – Campo Grande entre elas – e, numa vibe de boa, manda, “não vamos esquecer que é depois da chuva que florescem as flores”.
Daí seguem as duas derradeiras faixas do álbum de mais ou menos vinte minutos. Marinn vai suave em Flores.
“De rolê a noite toda, vejo o céu, sinto saudade, me afogando no mar em seus olhos, te vejo nas estrelas, nega, te vejo algum dia, Te mostro o céu na minha perspectiva, linda, o horizonte, a beleza da aldeia passando da ponte, onde a natureza é rica. Engraçado que de fora se referem como se fosse feia”.
São Fases fecha o trampo legal. “Sexta-feira é pião, liga as indomável fera, téra, gelo, sensação de se renovar, só de tá perto de quem só faz o bem, difícil encontrar quem não se acha melhor que ninguém”.
E chama pra dançar.
Deu. Fica a dica, Mario Adriano e cia fazem um som que fácil rola furar a bolha e ganhar terras e asfaltos por aí. Sempre bom ouvir diferentes possibilidades sem deixar de lado a essência, a resistência.
Qualquer coisa, perdão. Sou apenas um cara há uns 250 km de lá, ou daí, na ideia de fazer o recado chegar mais longe.




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