Só assisti agora, Manchester à Beira Mar é um drama acima da média

Casey Affleck teve atuação premiada por Manchester à Beira Mar
Em mais um Só Assisti Agora, dica bem batida. Li trecho de crítica sobre Manchester à Beira Mar, na qual considera um bom filme mas facilmente esquecido. Tipo, é legal e tal, mas daqui a pouco não pensa no longa lançado em 2016. Pode ser.
Em outra análise, destaca-se a abordagem do luto. Talvez seja esse ponto que fez a produção com duas horas e mais alguns minutos levar duas estatuetas Oscar 2017 (Kenneth Lorgan, por Roteiro Original, e Casey Affleck, por Melhor Ator).
Eu? Não consigo superar. Foi a frase mais marcante de Manchester By The Sea (título original, e eu, tolinho, pensava que foi ambientado na Inglaterra).
Um homem solitário encara a culpa e as lembranças do seu passado quando tem que voltar à sua cidade para cuidar do sobrinho de 16 anos. Pois é, sinopse da Netflix. E, se você ainda não assistiu, a bem da verdade é complicado falar muito sem dar spoiler.
De repente, o drama tem em seus pontos altos a forma de como o roteiro descortina a história. Lee (Affleck), mora em outra cidade. é sujeito de poucas palavras, grosso geralmente com que o trata mal – ele é zelador e faz de tudo que é conserto de casa – não tá a fim de relacionamentos. Volte e meia bebe umas a mais e provoca umas brigas do nada.
O longa começa com um barquinho de pesca, em que Lee brinca e tira sarro do sobrinho quando este ainda era criança. Então, este garoto, o Patrick Chandler, que depois adolescente e interpretado por Lucas Hedges será quem ficará sob a guarda do tio. Decisão de seu pai, o Joe, vivido por Kyle Chandler (é o mesmo sobrenome, tá errado não), que falece e deixa essa decisão por escrito.
Lee só sabe disso após a morte do irmão, o que faz voltar a Manchester pra resolver papeladas e procedimentos como enterro e tal.
Lucas Hedges faz o papel do sobrinho adolescente
A partir daí, ele e o sobrinho vivem uma relação de altos e baixos. Sobretudo porque Lee quer retornar para a sua vida lá na outra cidade, estado. Já Patrick é vontade zero de mudar. Tem amigos, namoradas, faz parte de uma banda. Típico de adolescente.
Sabe, provavelmente o diretor não planejou, mas em meu caso, certas situações vividas por Lee foram meio que gatilhos. Me identifiquei de certa forma. Depois de assistir, até bebi umas. Esse papo de, “ah, o cara é dramático”, “gosta de sentir pena de si”, não sei… Pra quem tá de fora talvez o juízo de valor seja barato. Entender os motivos pode sair caro.
Creio, ninguém permanece em uma bad por hobby, ou, como dizem, “gosta de se fazer”. Das coisas que tornam o filme pontos acima da média de um drama convencional que nos empurram aos montes é abordar que a pessoa tá mal e sair dessa é tarefa difícil.
Pessimista, talvez. Vitimista, aí já não sei. Aprendi de tempos pra cá e tento seguir na toada é evitar o lugar comum das generalizações em vários aspectos.
No longa, a cena do sobrinho que surta ao tentar fechar a geladeira é desses detalhes de como deve ser duro conviver com perdas por mais que tente parecer que está tudo bem.
Manchester à Beira Mar tem algumas sutilezas que gosto em filmes. Como o choro do bebê no colo.
Michelle Williams manda bem como de praxe
E o núcleo feminino? Pô, Michelle Williams dá show. Tanto quanto ou mais que Affleck. Ela é Randi, ex-mulher de Lee . Também foi indicada (Melhor Atriz Coadjuvante) pelo filme. Admirável nela é a capacidade de interpretar papéis difíceis em que é preciso rir e chorar e fazer isso com competência.
Na época de casal, Randi era o porto seguro de Lee e meio que aguentava ele e seus amigos. Era legal, engraçado até. O desfecho dessa relação em Manchester é mais uma coisa legal, diria, mais a ver com a realidade. Nessa cena, os dois mandam bem.
Heather Burns, Missy Yager, e Gretchen Mol também têm atuação certinha, assim como o elenco no geral.
Acho que deu. Você já viu, né, pra quê falar mais. Se ainda não assistiu, é bacana. Pode ser facilmente esquecido, sim, e ao mesmo tempo, aborda de maneira interessante o modo de como cada um(a) carrega ou administra sentimentos como o luto e a culpa. Ah, e lembrei de This is Us
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