Quem não tem Copa, caça com Brasileirão. Nós? Vamos é de Série D mesmo

Depois de 49 dias eis que volto a freqüentar este espaço. Já sei, está com saudades das colunas do Juca Kfouri, do Tostão. Eu também. Contando os anos para 2018, yo también.
Quem não tem mais Copa, caça com... Brasileirão. E, para os que tampouco terão este privilégio? Série A, não. Série B, também, Série C, quem dera. O jeito é a Quarta Divisão! Fala sério, Série D?!
A partir de amanhã, o Itaporã é Mato Grosso do Sul no cenário nacional. O 13º melhor colocado no Sul-Mato-Grossense deste ano, entre 14 times, foi o clube indicado pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Mas, por que o Itaporã? E o Cene, atual bicampeão? Bom, oficialmente o clube cenista declinou de disputar a única competição oficial que resta Estado afora por falta de dinheiro. E, dá-lhe lamento por falta de apoio, que ninguém apóia e, todos aqueles discursos pires na mão ano após ano de todo dia.
Também, pudera, não há tempo hábil para se planejar, promover promoções, contar com a ajuda da federação. Mau o campeonato estadual termina, 6 de abril, já vem um torneio deste porte. Deficitário, porém, o único caminho para chegar a Terceira Divisão. Se o Amarelão da Capital já soubesse desde o início do ano que iria jogar o Brasileiro da Série D teria mais tempo para buscar algum recurso.
Ih, acabei de lembrar do regulamento aprovado pelos clubes e chancelado pela federação cujo comando foi reeleito antes do Mundial da Fifa por unanimidade e debaixo de elogios dos seus filiados. O campeão de 2013 garante vaga para a Quarta Divisão de 2014.
Ou, seja, o time da região do Los Angeles tinha o seu lugar assegurado desde 5 de maio do ano passado. Bom, deixa para lá. Há várias primaveras, os patrocínios mínguam, os cartolas reclamam, e, no fim, mudam para tudo continuar da mesma forma. Parece até com a seleção brasileira, não?
Naviraiense e Ivinhema, vice e terceiro lugares da temporada 2013, avisados aos 45 minutos do 2º tempo, declinaram. E a vaga caiu no colo do Itaporã, que foi o quarto colocado ano passado. Confirmados na Série D somente em junho, o time do município vizinho a Dourados tenta a sorte ou, inicialmente, espera não passar vergonha diante das equipes do seu grupo formado por Anapolina-GO, adversário de estreia, Brasiliense-DF, Estrela do Norte-ES, e Vila Nova-MG.
Um detalhe: nas cinco edições Série D já realizadas, Mato Grosso do Sul conseguiu passar da primeira fase em... O que importa? Para quem ainda gosta de futebol, muito. Para os dirigentes, creio que também. Mesmo que o muito dos torcedores e dos que mandam no esporte sejam diferentes.

Copa: O mal da memória curta vai se repetir. Duvida?

Só uns pitacos do Mundial da Fifa. A top da top das Copas. A mais vivida, falada, postada, selfizada, goleada, scolarizada, alemãnizada, analisada e tudo o mais adas. O ponto alto, claro, o escandaloso 171. Ops, um 7 a 1. “Vergonha!”, “Tem de mudar tudo!”, “Reflexo do futebol brasileiro”, “Espelho do país, em que nada é feito direito”.
Puxa, que legal toda esta indignação. Só desejo que continuem nesta pegada. Nada de passar uma semana, um mês e voltar aquele ar sem graça de sabe tudo mas fazer o quê, é assim mesmo. Torço, porém, duvido muito.
Ainda mais se a seleção ganhar os amistosos que tem até o fim do ano. Daí será culpa só do Scolari, do Fred, do Paulinho. Os mesmos que eram os “caras” após os 3 a 0 na Espanha há pouco mais de um ano. Lembram?
E, pena, esta praga de falar mal ou subvalorizar o que tem de bom é triste. Palmas para os que receberam bem os visitantes, os que fizeram funcionar as coisas na Copa e, menção mais que honrosa à polícia brasileira. Mexer em um formigueiro internacional, a máfia dos ingressos, que driblou investigadores de pelo menos cinco países que sediaram a competição: França (1998), Japão-Coreia (2002), Alemanha (2006), e África do Sul (2010), não é para qualquer um.
É isso aí, boa desintoxicação pós-Copa. 

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