Na real, brasileiro odeia novidade no futebol. Seja cartola, imprensa, e torcedor

Vejo uma pá de gente defendendo ares novos na CBF, nos clubes, ironizando a volta dos técnicos anos 90 (Luxemburgo, Dunga, etc, etc), enfim, pregando mudanças aos quatro ventos. Sinceramente, não sei se seria assim caso Felipão, apresentado ao Grêmio, faturasse a Copa. 
Fato é que o futebol talvez seja o lugar onde há mais cabeças de bagre, ops, cabeças dura por metro quadrado. Onde a maioria que pede "sangue novo" é a mesma que não tem paciência em dar tempo há uma promessa ou um "novo" nome no cargo de técnico. Olhe só Enderson Moreira, Jayme de Almeida, entre vários exemplos.
Assim como o pavio é curto para bancar renovações no comando técnico, as renovações dentro de campo também rareiam no mesmo sentido. Basta um jogo meia boca para um promissor jogador ser tachada de pipoqueiro.
E isso também chega à imprensa e aos torcedores. Incrível, como as cobranças e as reclamações são as mesmas desde sempre. Repare. Se reclama sobre o valor que o profissional (sim, esse é o trabalho dele) recebe, mas poucas vezes imagina como deve ser a pressão de ter seu trabalho avaliado por milhares de olhos mundo afora. Cai o técnico da seleção e quais os nomes lembrados? Os mesmos de sempre, estes que agora são lembrados pelo que fizeram na década de 1990, além de Tite. 
'Esse' é o Marcelo Oliveira. Embora atual campeão brasileiro é infinitamente menos conhecido
que Muricy, Felipão, Luxa, Dunga, e cia. "Renovação" passa longe
Crédito: Washington Alves/Divulgação
O pouco espaço para Marcelo Oliveira dizer o que pensa sobre o futebol jogado no Mundial ou o atual estágio do esporte no Brasil é um reflexo disso. Mídia (quase) caolha. O 'tal' Marcelo Oliveira é "somente" o atual técnico campeão brasileiro e hoje seu Cruzeiro lidera com folga a Série A. Cristóvão Borges ("patinho" feio do Rio-SP) também seria outro cara legal para debater ideias.
Porém, é ignorado pela "renovação" pregada pela maioria. 
Chegada às duvidosas, mas tradicionais, frases de efeito, pedidos de "raça", grupo fechado e blablablá. Sobre como realmente o seu time vai entrar em campo, como vai neutralizar o adversário, se teve tempo de preparação adequada, como algum novo empregado chega à empresa e já tem de ser o melhor de todos sem ao menos conhecer quem lidará com ele. Isto importa muito pouco, geralmente.
Não se debate ideias novas. Mas clama-se por renovação. Estranho não?!
Culpa de quem? De todos. Talvez até da gente mesmo. Que muitas vezes sem querer cai na arrogância de achar que sabe tudo de futebol. Aliás, ideia meio antiga, não?!

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