Dunga até tenta, mas, bem ou mal, o 'estilo' permanece

Fala a verdade, palco de horror e na ponta o Alec Baldwin brasileiro,
vulgo Alexandre Gallo - CBF/Rafael Ribeiro

Assisti pela televisão boa parte da entrevista coletiva do Dunga, o novo técnico da CBF, ops, da seleção. Tentei escutar despido de todo pré-conceito que tenho ao capitão do tetra em 1994, e técnico eliminado nas quartas de final de 2010.
No começo, até fiquei surpreendido. Talvez bem preparado, ou não, o turrão exercitou o máximo da sua paciência.
Alfinetou Parreira e Felipão ao comentar que, o Brasil não pode entrar achando que já ganhou, que não somos os melhores atualmente, e ainda falou coisas interessantes sobre a Alemanha. A de que os alemães passeavam na praia, e eram elogiados pela "liberdade", mas havia um acordo com a imprensa de lá que os jogadores só poderiam ser entrevistados no local de treino. Ainda "desmistificou" o badalado planejamento da federação alemã ao dizer que eles sempre fizeram isso, que não é de hoje que o país europeu possui vários centros de treinamento para categorias de base espalhados pelo país, e, a seleção propriamente dita fracassou nas copas de 2006, 2010, Eurocopas, mas o planejamento foi mantido. O resultado, aliado à boa geração de atletas resultou no tetracampeonato.
Bom, faltou alguém perguntar porquê a CBF não discute por em prática planejamento semelhante...
E foi o mesmo Dunga, ao dizer que nem Nelson Mandela tinha a maioria do povo sul-africano a favor, que o futebol mudou, mas nem tanto (embora depois se contradiz ao dizer que o futebol muda a cada momento), e, de que, no trato com a imprensa, o "combinado não sai caro", com ele (aludindo à sua origem sulista) "é tudo acordado na ponta da faca". 
E, infelizmente, seguiu sendo o Dunga, o Felipão, e boa parte dos técnicos brasileiros, ao dizer que se sentiu "injustiçado", ou que seus números à frente da seleção falam por eles. O sábio já clamava: "futebol não é ciência exata".
Resumo da ópera: Não esperem uma revolução, uma mudança drástica. Menos oba oba, certamente, e muito, muito, a praga "futebol de resultados". Em que o importante é vencer, e palavras dele: futebol arte também pode ser um zagueiro roubando uma bola. "O que se viu nesta Copa? A maioria das seleções jogando atrás da linha do meio-campo para abrir espaços quando ir ao ataque. Se fizesse isso antes, iriam chamar de defensivismo." Dunga não viu a mesma Copa que eu vi. Sério
Humildade, sinceridade, pavio curto, teimosia e, ainda, resquício de mágoa e rancor. Tudo junto e misturado. Isto é Dunga, devidamente chancelado pela dupla Marin - Del Nero. 
Há quem goste, há quem não.
Boa sorte a eles.
Ou seria para nós?  

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