Gente, não me altere o rock tanto assim
Se Paulinho da Viola fosse
roqueiro diria ‘não me altere o rock tanto assim’. Pensei nele depois de ler
uma matéria de um grupo chamado sambô . E que faz sucesso transformando músicas
conhecidas do rock em samba. Vai desde U2 (Sunday Bloody Sunday), passando por
Rock das Aranhas, Smell Like Teen Spirit, Satifaction, Zoio de Lua… Deve ser
inspirado em alguma coletânea roqueira de videokê.
Se nunca fui fã de Emerson
Nogueira, imagine agora. E, este fenômeno de misturar ritmos é antiga. Antes,
pelo menos era autoral. Hoje em dia, é na cara dura mesmo. Há alguns anos, ouvi
uma música da Pitty em ritmo sertanejo. Foi de doer os ouvidos. No Nordeste, tornar
hits nacionais em forró já é cultural.
Mas, desculpem, rock em ritmo
de samba, diria, um ex-chefe me dizendo: É de lascar o cano!
Isto me fez lembrar de outra
coisa que não dá rock. Escola de samba vai homenagear o rock, mais
especificamente o Rock in Rio. Como assim? Tudo bem, o estilo talvez ande meio
deslocado com a concorrência funk-sertanejo-pop-e-afins, mas ainda está longe
de ser uma alegoria. Com direito a ter desfile do Neymar. Segundo a Mocidade, é
porque o santista tem atitude rock. Sério, não é piada.
Por hoje, chega. Sei lá, pode
ser pior, vai que as bandas de rock (rock mesmo) começam a fazer “releituras”
dos sucessos de hoje. Já pensou? Os Impossíveis, detonando uma versão tipo “Quem
derramou mostarda no meu Camaro Branco?! Quem derramou mostarda no meu Camaro
Branco?! Agora não está mais branco, agora está amarelo, agora já não é mais
branco!”. É, não ficou tão ruim. Não tive coragem de imaginar na versão
original. Seria doce demais.
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