Depois de cinco meses, eis que a bola volta a rolar nos campos de MS


Texto meu publicado na edição de sábado (19) do jornal O Estado MS

Você sabia que o último jogo oficial (o Estadual Série B é café com leite e não vai entrar nesta conta), de um time de Mato Grosso do Sul aconteceu há exatos cinco meses? No dia 19 de agosto, o Cene encerrou a sua participação na primeira fase do Brasileiro da Série D
ao derrotar o Ceilândia por 3 a 1.
Depois de uma primavera inteira sem jogos, eis que as equipes do Estado entraram no horário em que deverão enfim botar jogadores em campo. E os palpites? Faço um mea culpa e vou me abster de falar sobre o poderio dos elencos. Esperar as primeiras rodadas para esboçar uma opinião formada. Dá para dar uma enrolada no meio de campo e lembrar o tempo de repórter para dizer que fui várias vezes a campo para entrevistar os atuais treinadores do Comercial de Campo Grande, do Cene e do Novoperário. Mirandinha, Valter Ferreira, Elói Kruger. No currículo, o trio já conta com títulos sulmato-grossenses e têm condições técnicas de fazer um bom trabalho. Já condições estruturais, só saberemos no decorrer do campeonato. Menção também ao João Marçal, hoje no Misto de Três Lagoas, que já passou pelo Operário.
Fora de campo, o apoio do governo para o campeonato será R$ 160 mil a menos do que o bancado em 2012 (R$ 690 mil para R$ 530 mil). Coincidência ou não, o valor da redução é aproximadamente o mesmo da parte prometida pela FFMS aos clubes, R$ 150 mil, do montante total que a entidade receberá da Chevrolet (R$ 300 mil). Pode ser pouco, mas já é um começo. Quem sabe ano depois de ano, caia mais até chegar a zero a ajuda ao futebol dito profissional. Em Campo Grande, ao que tudo indica, se nos anos anteriores pelo menos
o Comercial recebia algum tipo de ajuda, este ano os três times que mandarão os jogos na Capital terão apenas, teoricamente, o apoio de treinar ou atuar de graça nos campos da cidade. Mais um lance positivo. No Interior, a maioria das prefeituras ajuda, mas, não é a coisa certa a fazer. Porém, se depender do otimismo dos dirigentes da federação, dos clubes e dos seus parceiros, a verba pública será extinta dos campos do Estado em poucos anos. Não sou eu, são eles que estão propagando a promessa. Estamos na espera há tanto tempo de que isto
aconteça, que depositarei mais um voto de confiança. Só falta caducar.

Só achei o preço da bola um pouco caro. Somente isso

Para encerrar, gostaria que as partes responsáveis me explicassem só um ponto acordado dentro do projeto aprovado junto ao governo: se a FFMS possui o patrocínio da Kagiva, marca oficial da bola do Estadual, por que o poder público terá de ajudar a adquirir 980 bolas ao preço de total de R$ 101.920? Diria o caboclo: eita bolinha cara, sô. Cada pelota vai sair a R$ 104. O dado, sem trocadilho, foi publicado no site da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em um louvável gesto de transparência em cima do assinado quarta-feira junto ao governo e à Fundesporte.
Então, além do, ora bolas, vamos estender a boa ação e compartilhar os valores divulgados pelo site da entidade: 2940 hospedagens para as equipes visitantes - R$ 161.700; 5880 refeições para as equipes visitantes - R$ 88.200; 98 taxas de arbitragem - R$ 98.400; 98 hospedagens e alimentação para a arbitragem - R$ 33.320; e 48 placas divulgação da logo do governo - R$ 48.000.
Chega de números, né?! Vamos para o campo e boa sorte a todos.

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