MS já teve time no Brasileiro de vôlei. Creia, era muito bom
Relembrar o passado, e que passado, quase faz esqueçer de falar do vôlei de hoje no MS*
Alguém ai, com mais
de 30 (ou seria 40?), lembra da equipe de vôlei masculino da Copagaz? Pois é,
na década de 80, Campo Grande tinha uma equipe no Brasileiro de vôlei,
competição equivalente à atual Superliga. E, acreditem os que ainda eram mais
crianças do que este que vos fala ou sequer tinha nascido, era muito bom.
Meus pais me levavam
aos jogos no ginásio do Colégio Dom Bosco. Casa cheia. Lembro do nome do
técnico, Murilo Amazonas, e de alguns jogadores, muitos vindos de fora. A minha
diversão era ver o aquecimento. Meu ídolo (viu como era emocionante? Faziam até
termos ídolos) era o Pampa, contratado para ser um dos destaques do time
campo-grandense, que depois jogaria na seleção brasileira, onde atuou nas
Olimpíadas de 88 e 92. Cada cortada sua fazia um barulhão e a torcida esperava
que a bola tocasse o teto do ginásio. Que, às vezes acontecia mesmo.
Jogos memoráveis na
lembrança de garoto. Fase boa. Pude ver de perto, muitos dos famosos
integrantes da “geração de prata”. Até amistoso contra time do Japão teve em
Campo Grande. O nome da equipe era NEC, só não lembro se ganhamos ou perdemos.
Hoje, não faz muita diferença. O importante é que emoções eu vivi. Eu e um montão de gente, garanto.
Mas, como quase
tudo que é bom dura pouco, a estrutura para manter o elenco foi perdendo gás.
Se não me engano, até mudaram o nome para Copasa ou Copaza, e demorou um pouco,
acabou. Não soube dos motivos na época e, até hoje também não sei. Falta de
retorno financeiro, talvez.
Só sei que conversa
tida há alguns anos com o presidente da federação estadual de vôlei, o José
Eduardo da Mota “Madrugada”, me fez aumentar a importância em manter neurônios
suficientes para abrigar as performances de Pampa, Bozó e companhia, diante de
Bernard, Montanaro, Xandó e muitos outros. Segundo o Madrugada, para manter nos
dias de hoje uma equipe de alto nível e, competitiva, o custo por temporada
pode até chegar na casa do milhão de reais. Bom, não conheço nenhum mecenas ou
empresário que tenha visão (ou coragem?) para tal empreitada.
Desculpa, empolguei
no texto. Na real, toda esta sessão Vale a Pena Lembrar de Novo foi para citar
os sul-mato-grossenses que hoje se destacam no segundo esporte mais popular do
País. Na quadra, a meio de rede Natasha Farinea. Que antes de ser capitã do
Minas na última Superliga, passou pelo São Caetano e foi campeã com o Brasil
nos Jogos Mundiais Militares. E, este ano, a murtinhense, que todo ano passa
parte das férias em Campo Grande, fez parte do time de José Roberto Guimarães
na primeira rodada do Grand Prix. O vitorioso técnico, aliás, será seu
comandante na recém-criada equipe do Campinas-SP.
No vôlei de praia,
Talita dispensa comentários. A aquidauanense caminha a passos largos para sua
segunda Olimpíada e sua parceria com a carioca Maria Elisa encontra-se hoje
entre as cinco melhores do mundo. No masculino, o quarentão Benjamin, que
disputou os Jogos de Atenas-2004, ainda continua na ativa e dando trabalho aos
melhores da atual geração.
O trio é só um
exemplo do quanto de mão de obra é revelada em quadras e areias
sul-mato-grossenses. Mas, assim como no futebol, por que o sucesso não reflete
em um boom no estado natal? Para quem souber e/ou tiver soluções, eis aí uma
boa sacada.
*Coluna publicada originalmente na edição de sábado (16) do
jornal O Estado MS
Obs: mudei a imagem do perfil. Gostaram? Se, sim, a ilustração é do Paulo Moska. Apesar de ser meu amigo, ele é um dos melhores ilustradores/chargistas do Estado. Se quiserem/precisarem, tenho os contatos.
Obs: mudei a imagem do perfil. Gostaram? Se, sim, a ilustração é do Paulo Moska. Apesar de ser meu amigo, ele é um dos melhores ilustradores/chargistas do Estado. Se quiserem/precisarem, tenho os contatos.
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