Um filme que pode ser Bem me Queer ou Mal me Queer

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Filme pode seeer ou ão me Qer

O longa Queer, estrelado por Daniel Craig, não foi, assim, bem avaliado pelos especialistas. Na real, suspeito que o livro de William S. Burroughs em que o filme se baseia deva ser melhor. Porém, é puro achismo.

Dirigido pelo italiano Lucas Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome, entre outros), o drama narra a história de um cidadão estadunidense (Lee) que vive na Cidade do México, geralmente na gandaia, encontros furtivos e uns papos com seus conterrâneos que também pararam por lá. Entre uns grilos, crises e tal, engata um relacionamento com ex-soldado, Eugene, e daí, os dois entram em uma espiral de acontecimentos.

Queer tem pontos a desejar. Sobretudo a parte em que Lee (Craig) e o companheiro Eugene (Drew Starkey) partem para a América do Sul. Sei lá, impressão é a de caricaturizar demais. De repente sobra até para o Brasil.

O filme tem pouco mais de duas horas e, creio, conspira contra. Certa hora a produção parece se arrastar. Vai ver a intenção era a de proporcionar instantes valiosos para refletir ou fazer o espectador se embrenhar junto no cenário de clima quente e ventilador necessário.

Daniel Craig parece sobrecarregado, seu protagonismo é latente diante de fraca atuação de coadjuvante.

Queer tem pontos legais. A trilha sonora “moderna” faz um contraste bacana. Movido a Nirvana, Prince, New Order, e até Caetano Veloso (com Trent Reznor e Atticus Ross), o repertório é eclético. Uma ousadia que deu bom, assim como um Daniel Craig em modo “descontrução James Bond”.

É louvável o esforço do britânico – para muitos poderia concorrer ao Oscar de melhor ator – e sua atuação é bacana. Destaque para as mudanças de humor vividas por Lee.

Então, Queer é isso. Eu acho. Pode rolar a análise copo meio cheio ou copo meio vazio. Ou, mesmo, ficar na média, de repente.

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