Anuja lembra que criança não é para dar trabalho


 Cara, Anuja é daquelas pérolas que valem a pena parar para assistir. Parar mesmo. São 22 minutos, de uma história bem contada, de uma pequena protagonista cativante, e, ao mesmo tempo, mostra a dureza desses tempos modernos para quem nasceu longe de um berço minimamente decente.

Com aquele porém de sempre: o fato de eu ser pai bem meia boca pode interferir na impressão. Anuja concorre ao Oscar de Curta Metragem em live action. Não sei quem são os concorrentes. Foi mal, nem vou atrás agora. Diferença nenhuma fará para este que teima em escrever groselhas. Meio saco cheio desse modo competitivo que teima em estar sempre na moda. A qualquer preço.

Anuja é a menina interpretada por Sajda Pathan, que junto com a irmã mais velha , Palak (Ananya Shanbhag), trabalha em uma fábrica de roupas em Nova Delhi, Índia. Daí, ela tem a oportunidade de fazer uma prova que vale vaga para frequentar a escola, o que pode fazê-la ter um horizonte melhor para a sua vida. Mas, para isso, terá de deixar o trabalho (infantil, óbvio), o que pode afetar as já sofridas condições de sobrevivência.

A produção dirigida pelo estadunidense Adam Graves consegue desenrolar a situação com uma leveza contraditória ao que aparentemente a situação exigiria.

Sajda Pathan é uma grata revelação. Na pele da protagonista, sua empatia é monstruosa. Sabe, se bobear, você torce por ela mesmo.

A edição, os dribles da dupla no “sistema”, são facilmente perdoados. A explicação de Palak de como fazia para enganar a revista rigorosa na saída da fábrica é um dos pontos altos das filmagens. Me remeteu a lapsos Cidade de Deus (claro, pode ser uma viagem minha). Tudo bem, tem ares de clichê, mas o momento “somos instantes” – homenagem ao cinema, ajuda no papel de dar aquele quentinho no coração.

Resiliência, irmandade, esperança foram algumas das palavras utilizadas pela crítica. Nem tinha pensado nisso na hora, pessoal manja mesmo, né. Na real, voltei um pouco os instantes finais para entender melhor. Fora isso, só passava na cabeça o quão carismática foi a personagem principal. Fofa, kawaii, e, no sentido oposto, como se manter criança em um mundo hostil pra caramba.

Anuja inicia com a irmãs mais velhas em contação de um triste causo, ao que parece tradicionalmente indiano, daquelas que passam de mãe para mãe, e entrega uma história bem contada, e com mais motivos para amealhar uns pontos a mais em uma suposta avaliação passional.

É isso. Fica a dica, desta vez indicada para toda as idades.


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