Jerry Springer era puro suco (podre) de televisão
Jerry Springer: Brigas, Câmera, Ação. Tropecei nesse documentário/minissérie ao ler uma coluna da Folha, esqueci agora de quem era. Faz um tempinho.
O mote era sobre a ainda existência de programas que exploram e satirizam a condição humana/relações humanas.
Sensacionalistas.
Daí o cara recomenda essa produção da Netflix. “Essa série documental chocante mostra os bastidores do talk show mais polêmico dos EUA, expondo seus maiores escândalos na frente e por trás das câmeras.”
Essa é a sinopse da bagaça diluída em dois episódios de quase 50 minutos cada. Dirigida por Luke Sewell, aborda um programa de televisão dos anos 90. Mais ou menos um talk show apresentado por Jerry Springer. O mais ou menos é proposital, pois à medida que a fome por audiência aumenta, menos cara de programa tradicional de entrevistas tem.
Jerry é, como o pessoal da sua equipe definia, o genro que toda sogra queria, o gente boa. Sabia ser convicente e naquela impressão de falar o que sua plateia espera ouvir.
O documentário traz as opiniões de gente que trabalhava na equipe e predispõe a expor os bastidores do programa. Cujo ponto alto foi superar a Oprah e liderar o horário noturno.
Às custas de brigas entre supremacistas Klux Klux Klan e judeus, homem casado com uma égua, casos de infidelidade e por aí vai.
Qualquer semelhança com shows de gosto duvidoso na tevê brasileira pode não ser mera coincidência.
O documentário que saiu este ano foca sobretudo em Richard Dominick, que assume a produção executiva do talk show e faz essa “revolução” e transforma o freak show em fenômeno cultural nos EUA daquela época.
Olha, depois de tudo isso pode soar estranho, porém, tenho ressalvas neste estilo de documentário. Mistura simulações, com edição inclinada ao lado emocional, e pesa a mão na dramaticidade.
Talvez Luke Sewell usou isso propositalmente. Um certo ar sensacionalista para retratar o circo romano que alimentava e retroalimentava uma gigantesca audiência faminta por barracos, porrada, bizarrices e linchamentos morais.
A parte trágica abre uma fenda para possível reflexão sobre o limite do vale tudo por preciosos pontos no ibope. Mas, não aprofunda.
Vai ver, a ideia era justamente de não ser necessária uma explicação com embasamento crítico, sociológico, psicológico.
Ou deixar em aberto que o sucesso deste tipo de programa tem seu espaço porque apesar de tudo, “o povo gosta “.
Temo considerar que a segunda opção pode ser a mais adequada. Que bosta.
De qualquer forma,” Jerry Springer: Brigas, Câmera, Ação”, é uma dica para quem tem curiosidade em saber sobre bastidores de televisão. Para quem trabalha com comunicação e afins, idem. Nem que seja pra desaprovar depois.
Depois diga aí suas considerações, vai ser legal.
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