Parar para pensar virou detalhe na multidão

Sabe... eu, não.

Essa mania, espero não ser traço exclusivamente de quem vive no Brasil de, do nada, ser especialista em tudo. Imigrantes e descendentes também no pacote.


Esse fim de semana assisti duas produções nacionais nem tão recentes. Cada um a seu modo literal e verbalmente desnuda o tentador comportamento de ter aquela velha, ou não, opinião formada sobre tudo.

Certeza, tanto Laerte-se como A Febre do Rato trazem certos desconcertamentos.


A admiração vem desde Piratas do Tietê e Laertón, época em dos primeiros contatos com a arte da genial artista de traços e tiradas certeiras. A Laerte, ao menos da época do documentário (2017, Netflix), se auto desenha de franqueza.


Diz ela, em dado momento, ter medo de expor. De a acharem uma fraude. Quantos e quantas rejeitam essa hipótese caso necessária uma auto crítica? Humildade e empatia cartunista de fazer pensar o porquê dessa falsa necessidade de saber de tudo.

Se Laerte, sem amarras, se mostra insegura, baita figura que é, qual o problema, porque a pressa em manifestar respostas, por vezes, atravessadas? Se é loco…


Já A Febre do Rato (2011) é centrífuga na pele do poeta Zizo. Nevrálgico, quer alçar o mais longe possível o conhecimento em forma de poesia. Concreta, instigante.


Geralmente a primeira impressão é a que fica e, como a julgar o livro pela capa, o personagem passa aquele ar “esse é louco, sabe de nada”.


Nas entrelinhas do longa dirigido por Cláudio Assis, o protagonista vivido por Irandhir Santos joga no ar referências que valem a pena atinar-se superficial adentro como Chico Science e Josué de Castro. 

As performances de Zizo e, depois ladeadas em situação Somos Instantes com Eneida, encenada por Nanda Costa, são desafios de concatenar as ideias proferidas por frases entre belas imagens e cenários. Em preto e branco.


Da feitura das duas obras até hoje, gente demais em nível caixa de ressonância. Ecoa opiniões de outros sem parar. Donos de razões que acreditam serem suas. Manipulados.

Perece o pensar por si. Preguiça? Talvez. Comodismo? Pode ser. Perigoso? Sem dúvida.


Tá tudo muito confuso ou sempre foi assim? O jeito é conformar-se. É?


Brigadão pela companhia.


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