Meio antigo, Namorados para Sempre, melhor chamar de Blue Valentine mesmo

 

Imagens: Reprodução/Divulgação

E aí, beleza?


A dica de hoje na real nem era para ser. Geral deve ter visto. Porém, após subir os créditos, a história meio que estacionou na cabeça.


Depois que assisti, lembrei porque Blue Valentine tava em minha lista. Desde junho. Foi quando minha amiga sugeriu. Demorei um pouco, dá para notar. 

Daí em uma noite dessa semana, cansadão, pensei: vou ver alguma coisa leve, dar uma espairada e dormir. No Brasil, o longa chegou em 2011 com o título Namorados para Sempre. Pegadinha pura.


“E o BO é que passam como se fosse romance

Mas é uma puta história de manipulação

E violência

A síntese do arquétipo que passa comportamentos abusivos como demonstrações de amor, etc”


Foi o que ela escreveu quando indicou a produção de duas horas dirigida pelo estadunidense Derek Cianfrance. Admiro essa gente que tem a moral de resumir bem desse jeito.


Deste modo chamarei o romance/drama independente de Blue Valentine, título original, que seria “Tristes Namorados”, algo assim. 


Hora da trepidante sinopse da Netflix (mas, parece que a produção está em em outras plataformas): “Ao ver o casamento desmoronar lentamente, um jovem casal relembra o começo do relacionamento, quando tudo era romance.” Vai vendo...


O casal é Cindy e Dean, vivido por Michele Williams e Ryan Gosling. A atmosfera a acompanhar eles quase sempre é de ebulição. Quase porquê os momentos remember dão uma quebrada. Mesmo assim, é discutível.


Vai do gosto de quem assiste. A boa direção e edição do filme te faz desconfiar se era amor mesmo ou era cilada, cilada (puts, horrível, isso que dá tentar dar um refresco, nem gosto da música).


O longa deixa pistas no caminho. Ou motivos para entender como o relacionamento deles chegou ao ponto, para quem é de Campo Grande vai entender, tipo a morte ou transitar na rua Júlio de Castilhos: não há retorno (essa foi melhorzinha, fala a verdade).



Justiça seja feita, os momentos amorosos são bem retratados. Situações engraçadas, desafinadas, uma romântica parceira com direito a canção exclusiva – bom prestar atenção na letra - seguraram uma barra pesadíssima antes de decidirem ficar juntos. Quem olha de fora pode imaginar um “feitos um para o outro”. Mas...


O constante quê de derrota, frustração, impotência entre eles, o que rola e rolou antes deles se conhecerem – sobretudo com Cindy – se mostra um pacote inviolável de deu ruim. Difícil de abrir.


Saber quando o casamento começou a ruir? Derek Cianfrance deixa implícito, sem a presença de diálogos ou fatos auto explicativos. Você que tenha a sensibilidade ou perspicácia de especular, decidir.


O casal tem uma filhinha, a Frankie, interpretada muito bem por Faith Wladyka. Como atrizes e atores mirins estadunidenses – tinha entre 5 e 6 anos na época – mandam bem, né. Talvez o amor pela menininha seja das poucas coisas em comum.


Certa altura, Dean resolve tirar Cindy de casa para uma noite a dois em tentativa de animar ou salvar a relação. Ela reluta, é enfermeira, tem de trabalhar no dia seguinte e tal.


O marido, que ganha a vida com serviços gerais, insiste, reserva um quarto de motel e bora. Lá, ambos bebem, discutem, dançam, não necessariamente nessa ordem. E depois disso, caso ainda não assistiu o longa, Blue Valentine segue o caminho.


Dado momento lembrei de outro bom filme, o História de um Casamento (em 2020 escrevi sobre, tiver a fim pode clicar aqui), porém tem suas diferenças. Desnecessário aqui cravar qual foi melhor.


Quando disse que geral deve ter visto Blue Valentine é por causa do Ryan Gosling. Ele mandou bem.

Mas, muito mais por Michele Williams. Eu acho. Ela mereceu ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz de 2011. Atuação muito muito foda.



Em tempo: perdeu a estatueta para Natalie Portman (Cisne Negro). No ano seguinte, venceu o Globo de Ouro com Sete Dias com Marilyn. Foi indicada novamente ao Oscar, e aí, teve de concorrer com Meryl Streep (A Dama de Ferro), ferrou. Michelle e Gosling também aparecem como produtores do longa.

Pode ser forçação minha, mas dá para acrescer a questão financeira à carga emocional vivida pelos protagonistas. A casa, o dia a dia no lar, os trabalhos, transparecem uma carestia.


Ao menos aparentemente abala menos Dean do que Cindy. Talvez pelo que passaram com seus pais e mães, por comodismo, ou mais aspectos. Óbvio, registra-se que Cindy ainda tem a sobrecarga de cuidar da casa.


Dá para explorar muita coisa nesse “romance”. Rende papo bom para muita conversa. Comunicar-se é preciso.



E é isso. Acho que deu.


Olha o chapéu passando…

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Abraço, se cuide.

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