SOS basquete brasileiro, para não ficarmos sós

*Texto meu publicado na edição de hoje (19) do jornal O Estado MS

Eu comecei a gostar de basquete ainda guri. Nem lembro direito se era na Band ou na Globo, assistia aos jogos do Sírio, Franca. Época bacana em que a tevê aberta transmitia aqueles ginásios lotados e as atuações gigantes do Mauri, Marcel, Carioquinha. Depois Guerrinha, e chegou aos monstros Oscar, Marta e Hortência.

Lembro de que, na varanda de casa, havia um par de argolas suspensas no teto e seguradas por uma linha que dava uns, sei lá, 30 a 50 centímetros de vão até o eternit. E o retângulo imaginário era uma cesta. Meio doido isso, era uma cesta na horizontal. Mas, para mim, era o Ibirapuera, o Guanandizão. Na garagem da antiga moradia, ficava um tempão de tarde a arremessar uma bola de vôlei estourada por um ônibus que passou lá na rua do bairro Amambaí, aqui em Campo Grande. É que, no nosso poliesportivo, portão virava rede e a bola às vezes ia para a rua.

Depois, já com uns 10, 11 anos, ganhei uma bola de basquete e ia para o colégio, depois da aula, onde jogava com os amigos, ou com quem estivesse por lá. Ou solitário, batia uma bola com Oscar, Magic Jhonson, Larry Bird, e, o meu preferido, Isaiah Thomas, do Detroit Pistons.

Claro, sem esquecer dos brasileiros. Ah, e um pouco antes dessa febre NBA na Band, teve a épica vitória do Brasil sobre os Estados Unidos em 1987, em Indianápolis, onde nasceu o basquete. Se tiver um tempo busque no YouTube e assista. Aqui em Campo Grande, também já teve basquete do bom. Amistoso internacional, até time no Brasileiro de basquete adulto.

E, por que diabos estou a falar disso hoje? Já não basta o fiasco na Olimpíada do Rio de Janeiro, onde nem passamos da primeira fase? Seja com os homens, seja com as mulheres.

Por isso mesmo. Precisamos falar sobre basquete. A suspensão sofrida pela Confederação Brasileira, que deixa seleções e clubes impedidos de disputar competições internacionais, é seríssima. Até janeiro, pelo menos, o Brasil está de quarentena.

Para um país que tem dois títulos mundiais, façanhas como a do Pan, jogador campeão na NBA, e na Europa, clube campeão sul-americano, a situação é triste. Duas coisas. A primeira é meter o dedo na ferida, mesmo, e quem estiver errado que pague e peça para sair. A segunda é que desencadeie um efeito limpeza em outras modalidades. Taekwondo e handebol, entre outros, já estão na mira. Mas, para isso, é preciso cobrar e acompanhar. Sem essa de pedir um tempo. Parar o jogo é melhor para “eles”.
Abraço.

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