Índio e víndio, escutei Arandu Arakuaa e lembrei do Brô MCs
Tudo começou (eu acho) com trabalho de escola do filhão,
cujo tema era tupi guarani. Daí, a mãe dele entrou no meio e ajudou nas
pesquisas. E, só sei que dias depois vieram me mostrar esse som. Daí em rápida
pesquisa, vi que não era uma novidade. Para os outros. Para mim, Arandu Arakuaa
é um baita programa de índio, para índio, para todos, para tudo e dá uma
escutada no sei lá, folk-metal-melódico eu odeio rótulos mas é difícil não
rotular.
A banda nascida no Distrito Federal tem uma pegada
ambiental, ideológica, como é de se esperar. E, isso longe de ser demérito.
Para os antigões, os australianos do Midnight Oil já misturavam rock com letras
pró-natureza com competência.
Agora, se você é daqueles que foge de qualquer coisa que
remeta ao povo que já estava aqui antes dos nossos simpáticos colonizadores
e/ou imigrantes oci-orientais, faça uma força e preste atenção no instrumental.
Vale a pena dar uma chance.
E eu crente que os caras, que já participaram até de evento sobre Zé do Caixão e com o ator Matheus Nachtergaele, eram de Mato Grosso ou de Mato Grosso do Sul...Cá para nós, quando falam de silvícolas sempre lembramos de MT ou MS. Que bom que não é só a gente.
Em época de radicalismo, porque não radicalizar e misturar
estilo musical? Com competência. Já que somos misturados e acreditamos que
racismo, preconceito só tem nos outros. Viva a diferença.
Ao escutar pela primeira vez o “saber dos ciclos dos céus”
ou “sabedoria do cosmos”, Arandu Arakuaa, since 2008, é mais louco que a
tradução, fiquei meio confuso. Para quem foi moldado com o rockão tradicional
(90% cantado em inglês e tocado para gringo ver), confesso ficar meio
intrigado. Mas, dá nada não, o pessoal do AA (Arandu Arakuaa) depois de uns
minutos me deixou à vontade.
Mais ou menos o mesmo caso do Brô MC’s (esses eu já escrevi
algo faz anos). O rap portuga-guarani de MS que tenta traduzir a velha e
complicada relação índio-a gente em rimas. Esses eu vi ao vivo em uma praça de
Campo Grande há uns pares de anos. E espero que estejam na lida musical. Quem
sabe, depois de Um Homem na Estrada, uma versão de Um Índio na Estrada.
Abraço
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