Chapei no choro. Não era para acabar assim

Na noite de segunda-feira do dia 27, era fim de fechamento da edição do Esporte do jornal. E, na correria, lembrei de tentar por algo da Chapecoense. Das poucas coisas que vi, só a notícia de que eles conseguiram embarcar de Guarulhos, com atraso. “Ah, nem vale publicar uma notícia dessa. Na terça, 28, os caras já vão estar na Colômbia”, e encerrei o expediente.

No comecinho da manhã de terça-feira, o celular assobia: mensagens da estagiária. A essa hora, deve ter acontecido algo com ela, vai ver não poderá ir ao trabalho. Quando vou ver, um link sobre o acidente do avião que levava o time brasileiro.
Confesso, torci muito, talvez nunca torci tanto nos últimos anos por alguma coisa. Queria que fosse uma brincadeira, coisa do Olé Brasil, do Sensacionalista, sei lá. Mas, não.

Corri, liguei a televisão, e começou a entrar no meu campo de visão a monstra tragédia monstra.
“Não, não vou chorar. Não os conheço, nem é da minha família”. 
Reprodução/Internet

Mas, compadeci e fui dar o mau dia à patroa, acompanhado dessa desgraça. E, juntos, absorver o turbilhão do noticiário esportivo com cara de obituário.

Foi muito mais do um clube de futebol que virou uma espécie de segundo time, que consegue ter uma imagem honesta, pé no chão, e que, veio da Série D até a Série A, de 2009 para cá em um voo com escalas históricas. Até 2016, o ápice para uma equipe da cidade de 200 mil habitantes: final da Copa Sul-Americana diante do atual campeão da Libertadores. Isso, depois de eliminar dois argentinos que já ergueram o mais cobiçado troféu das Américas: Independiente-ARG e San Lorenzo-ARG.

Há um mês, dia 29 de outubro, escrevi sobre a Chape. Vislumbrava e ainda vislumbro no esforço a lá Davi da agremiação, um sopro de inspiração e ânimo para os pequenos e médios clubes do Brasil.
Antes de publicar, fiquei uma semana no pé do clube catarinense para entrevistar o presidente Sandro Pallaoro. Vou ficar sem essa para sempre.

Já o elenco, a comissão técnica, a diretoria, todos os chapecoenses que desde o começo contribuíram para o sonho da Chape ser grande, muita força nessa hora. Só o tempo, e olhe lá, para aplacar a dor. O mais importante vocês conseguiram: entrar para a história como estrelas. Em todos os sentidos possíveis.

Sei que é pouco. Mas, não sei como terminar. A história não era para acabar assim.
Abraços.

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