O que defende os racistas do Peru? A supremacia 100% latino-ariana?

Nesta semana, se não me engano foi na terça-feira. Noitão já, por volta da meia-noite, mudando os canais deparei com um documentário do Bob Marley. E, assisti até aonde consegui escapar do Morfeu. Muito bom a produção Marley, dirigida por Kevin Macdonald, e ao que o Google indica, de 2012.
Assisti a um trecho que fala do atentado que sofreu na Jamaica, sua terra, e depois mudou-se para a Europa. Bob Marley gostava de futebol e, eis que em uma pelada entre os amigos, machucou o dedão do pé. Como Marley não dava muita importância, o machucado piorou até diagnosticarem problema maior. Entre os depoimentos colhidos, um chamou a minha atenção. Era de uma mulher, muito próxima ao astro, e foi mais ou menos assim: “Esta doença que piorou o machucado no pé do Bob é devido à parte branca que contém nele”. Interessante isso. Em um tom pejorativo mesmo. Algo como, “está vendo? Se fosse 100% negro não teria este problema”. Fiquei meio “vendido”. Tal como quando vi o filme A Cor da Fúria (quem viu esta produção dos anos 90 e que tem, entre atores conhecidos, John Travolta, vai me entender, eu acho).
Por quê pensei nisso agora? Por causa do que aconteceu com o TInga, do Cruzeiro, no Peru. A cada toque na bola, parte da torcida peruana no estádio, que de certo deve ser 100% latino-ariana (e cujo povo e país jamais foi colonizado e que não há registros de mestiços, miscigenados e demais combinações), imitava sons de macacos. Pobres macacos, se pudessem, dariam bananas aos latino-100% não sei o quê. Uma pena, a repercussão do jogo tinha tudo para ser do peru.

Racismo, preconceito, e tudo o que é parecido, é uma bosta. Desculpe o linguajar. Seja de onde partir, não justifica alvo nenhum. Futebol permite gozação, brincadeira, tirar o sarro. Mas, isso não é futebol. Aliás, gestos como estes nos fazem pensar se estes caras ou estas caras são gente mesmo. Bom fim de tarde e boa noite. 

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