Dos anos 90, Amores Expressos é comédia romântica bem legal mesmo


 Faye Wong e Tony Leung Chiu Wai em Chungking Express

Li de passagem que Amores Expressos é um filme queridinho dos cinéfilos. Bem, longe estou de ser um cinéfilo. Mas, entendo a empatia com o longa lançado em 1994. Momento Só Assisti Agora veio a calhar legal.

Resolvi ver a produção de Hong Kong cujo título original é Chung Hing Sam Lam, e ao que parece geralmente denominado Chungking Express depois de tropeçar em sequência que uma mulher escuta California Dreamin – clássico do The Mamas & The Papas - em consideráveis decibéis enquanto organiza as coisas em uma lanchonete. A mina em questão é Faye, e responde que ouvir música em volume alto não faz ela pensar.

Interpretada por...Faye Wong, aparece na parte II do longa dirigido por Wong Kar-Wai. Neste caso, ela se apaixona por um policial, o 663, que vive as dores e as esperanças de reatar um relacionamento que ao que tudo indica foi para os ares.

Protagonizado por Tony Leung Chiu Wai, o personagem é tão vidrado que ignora os sinais de Faye. A atuação dela foi fundamental para meu nível de empatia atingir um grau elevado. Na real, no começo achei que não batia bem. De repente quem não bate bem da cabeça são os “normais”. Sei lá…

Fato é que a dupla, junto com o dono da lanchonete e tio de Faye (Jinquan Chen), me fez esquecer um pouco dos perrengues. Trouxe uma sensação boa para o meu fim de tarde e começo de noite do sábado.

O roteiro de Wong Kar Wai é redondinho. Inspirado na Hong Kong cosmopolita dos anos 90, a direção tem o jeitão daquela época. Por vezes movimentos de câmera bruscos e cortes e efeitos na edição a lá MTV dos bons tempos.

Se prepare para California Dreamin. Em caso da faixa ser distante de suas listas e gostos musicais, periga você odiar mais ainda. Ou, não. Toca muito.

Outro hit, Dreams, da Dolores, digo The Cranberries, também é presença frequente. Assim como a versão no idioma do filme e, ao que indica, cantada pela própria Faye.

Interessante é notar a influência ocidental. Marcas famosas, o desejo de Faye em viajar para os EUA, nos dias de hoje soam até estranhas já que estrangeiros de modo geral não são bem quistos pelo poder federal que esMAGA o diferente e a imagem “democrática” do pais das oportunidades (?) .

Entretanto, o 663 funciona como contraponto. Parece não ligar muito, tampouco sente vontade de deixar o lugar em que mora e trabalha.

A sofrência, a solidão no meio de um lugar com tanta gente é o elo que conecta as duas partes de Amores Expressos. Ok, acho que há outra, mas vai que você ainda vai assistir.

Brigitte Lin e Takeshi Kaneshiro em Chungking Express

A primeira parte tem um narrador. Outro policial, o 223, e sua teoria otimista amorosa que o leva a adquirir latas de abacaxi. Vivido por Takeshi Kaneshiro, literalmente conta os dias para que algo aconteça em meio as suas paixões.

Como celular naquela época ainda engatinhava, o oficial da Justiça pendurava no telefone e passava um tempão em busca de alguma pretendente. O cara possuía um pager. Quem lembra do bipezinho? Ficando velho mesmo...

Lá pelas tantas, vai de rolê e vislumbra uma mulher misteriosa. A loira interpretada por Brigitte Lin faz um lance fatal e fora da lei e não é muito de papo. Se na parte II, Faye é responsável pela maioria das risadas, o “pegajoso” policial é a parte cômica. Sai correndo.

A trilha sonora, além de The Mamas & The Papas e Cranberries, ainda tem Dennis Brown e Cocteau Twins. De forma leve, é difícil não se identificar com alguma situação.

Acho que fui bem confuso, né. Foi mal. Pra ver se ajuda, publicarei o que tá na Mubi, onde vi o filme.

“Filmada em apenas 23 dias enquanto fazia Ashes of Time, a revelação internacional de Wong Kar Wai permanece entre seus filmes mais adorados. Brigitte Lin, icônica com sua peruca descolorida e óculos escuros, e Faye Wong, com seus sonhos californianos, são apenas algumas razões para se apaixonar.”

É isso. Pode-se dizer que Amores Expressos é comédia romântica acima da média. Ideal para quem só deseja umas horas de paz em seus pensamentos. E, assim como Faye, curto muito escutar som alto.


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