A Filha do Palhaço é dica que vem de Fortaleza
Fim de semana findou que assisti A Filha do Palhaço. De 2022, rodado em Fortaleza, dirigido por Pedro Diógenes, é um drama que vale a pena. Aproveita e dá uma força pro cinema brasileiro. Viver só de indicados à elite não sustenta a tropa toda que luta pela sétima arte país adentro.
Em mais ou menos hora e quarenta minutos, o longa aborda sobretudo a relação filha, Joana, interpretada por Lis Sutter, e seu pai, Renato, em bela atuação de Demick Lopes. Dá pra ver em vários canais. Assisti na Sesc Digital, e é de lá que segue a sinopse:
“Joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha precisam conviver durante essa semana, quando vivem novas experiências e sentimentos. Esse tempo juntos transforma profundamente a vida dos dois.“
Novidade zero e sem imparcialidade nenhuma, é difícil deixar de assistir este tipo de filme quando se é pai. Dito isso, as fitas nas quais percorrem Joana e Renato dão uma sensação de redenção. Não me pergunte – e nem vai mesmo – mas é a palavra que pulula na cabeça dentre várias outras.
À medida que o roteiro se desenrola, o diretor parece pontuar as cagadas paternas e, ao mesmo tempo, suas motivações. Se podem ser aceitas, perdoadas, aí depende de você.
Nascido na capital cearense, Diógenes valoriza a cidade. Estive por lá no começo dos anos 2000, e por essa razão quem me conhece sabe que a região tem latifúndio garantido em meu coração. Certamente mudou muito. Talvez uma hora consiga rever Fortal.
Com um leque de opções para servir de locação, Joana e Renato percorrem escola, praia, avenidas, boemia. Em uma dessas noites, a dupla tromba com Marlon, que, adivinhe, é vivido por Jesuíta Barbosa. Ele, que ganhou destaque recentemente ao incorporar Ney Matogrosso, faz um ator de teatro na cena alternativa de Fortaleza, e sua participação ajuda ainda mais a montar o que se é ou se passa com Renato.
Paralelo a isso, Joana tem de lidar com os perrengues “típicos” da adolescência e volte e meia entra em conflito com o pai. Legal acompanhar a evolução da personagem, e faz Lis Sutter mostrar em seu primeiro papel, potencial para seguir bem adiante. A fotografia e a trilha sonora ajudam a compor os altos e baixos dos dias dos dois.
Sim, o filme literalmente homenageia quem trabalha e vive do humor no Ceará. Em tempos sisudos, provocar risadas genuínas é - além de ser uma arte - ato de resistência. Na produção em si, a intransigência frente ao diferente vem na forma de homofobia. Se lá é complicado, imagina por aqui...
Entretanto, nada de perder a graça. Já deu. Chega de chover no molhado.
Fica a dica, se tiver a fim.
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