Drama sul-coreano Uma Família Normal é dica "e se fosse com você"

 

Imagem do filme sul-coreano Uma Família Normal

Opa, foi meio de supetão assistir a Uma Família Normal. Tava a fim de ver algo da Sesc Digital, e tava lá, alguns com o selo “últimos dias”. Daí fui ao encontro desse longa sul-coreano lançado ano passado. O drama dirigido por Jin-Ho Hur tem quase duas horas e é baseado em livro do holandês Herman Koch chamado O Jantar (Het Diner, no original).

Pelo que entendi em pesquisa basicona, a obra escrita já teve três versões (holandesa, estadunidense e italiana), antes desta em que se passa na Ásia, e levam o nome da publicação de Koch.

No caso de Uma Família Normal, então, a sinopse lá da onde assisti diz assim: “A ocupação de Jae-wan (Sul Kyung-gu) como advogado inclui a defesa de assassinos. Seu irmão, Jae-gyu (Jang Dong-gun) é um médico religioso que constantemente coloca seus pacientes à frente de seus próprios interesses. Uma circunstância envolvendo seus filhos adolescentes testa a consciência dos irmãos.”

O longa começa com uma discussão de trânsito que acaba bem mal. Há vítima que é atendida pelo médico, enquanto a família do jovem acusado de, digamos, ter dirigido perigosamente, contrata o irmão advogado. Que é muito bem de vida.

A questão da classe social acompanhará toda a obra dirigida por Jin-Ho Hur, que também assina o roteiro com Park Eun-kyo. Se você pensava que essas bagaças de influência, ou status, tem apenas do lado de cá, surpresa…

Mais adiante, Uma Família Normal bate de frente com a situação que nenhuma mãe ou pai sonham em ter de passar. A filha do advogado e o filho do médico, ambos adolescentes, protagonizam um espancamento com um morador de rua.

Conflito pai e filho vira jogo psicológico  em Uma Família Normal

Lembrei da minissérie Adolescência. Na real, recordei de outras produções sobre essa fase teen. Dizem que hoje em dia, os conflitos e as dificuldades em lidar com os ainda nem muito crianças e nem muito adultos, estão mais desafiadores. Os que defendem essa linha afirmam que a internet ajuda a piorar.

O filme, no caso, explora a questão de forma bem real. Eu acho. Confronta dilemas morais, manipulação, a visibilidade excessiva causada não só pelas redes sociais, mas a reboque o meios de comunicação que se pautam pela rede de cinegrafista chamada “imagens das câmeras de segurança”.

Ah, o nome da publicação que inspirou o longa tem sua razão. Os diálogos, discussões e tensões da família geralmente ocorrem durante jantares programados pelo advogado e sua jovem companheira, Ji-su (Claudia Kim), que tenta se enturmar, mas não é bem quista por sua enteada, tampouco pela mulher do médico. Yeon-kyung (Hee-ae Kim), desempenha papel fundamental a favor do filho.

O quarteto realmente manda bem na interpretação. As locações, residências, bares e becos retratam uma Coreia do Sul cuja sociedade, infelizmente, deve nada à burguesia e/ou aos pobres premium da sociedade brasileira.

Uma Família Perfeita tem pouco a descontrair. O drama explora o senso de justiça, empareda o “faça o que eu falo, não faça o que eu faço”, ou o, “e se fosse minha filha, meu filho?”, e tem também a do “o fim justifica os meios”.

A produção usa sobretudo os carros e os refinados estabelecimentos para retratar que as coisas estão longe de ser glamourosas quando a realidade bate à porta. Quem se importa?

Falta de conversa entre pais e filho(a), ausência de senso crítico, de empatia, do que reflete e para na moçada, estão no longa. Na outra ponta, uma mãe cansada, a jovem namorada, o atrito latente entre as duas envelopam o machismo que se não é palpável, está em atos isolados. Estrutural e cultural.

Ah, Uma Família Normal ainda acha tempo para tocar em outro assunto espinhoso: quem quer cuidar dos velhos?

Talvez os assuntos, as situações já te fazem ter uma noção do que é o longa. De repente, o diferencial esteja na competente performance dos casais. Assim como na constatação de que a família falhou como...família, do integrante mais jovem até a com mais idade.

A consequência é uma tensão crescente nos sentimentos e na (falta de) percepção que gera medidas extremas. O filme joga a decisão do que é certo ou errado para o espectador.

Deu, enrolei demais já. Na Sesc Digital, dá pra ver até este 3 de setembro. Mas, acho que tem para assistir em vários lugares. Fica a dica.

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