Recolocar Maria Callas nos holofotes é o mais importante


Cartaz na entrada do cinema 
Imagem: Blog do Kishô 
Longe de ser radical como Onassis, que odiava o estilo, ópera não figura entre os favoritos. Talvez pela falta de acesso que causa desconhecimento. Música clássica eu gosto, porém, sinto falta de desfrutar com mais propriedade. 

Maria, filme baseado na cantora Maria Callas, certamente pega mais em quem entende dessas vozeirões e árias e concertos. 

Assim, posso dizer que assistir o longa protagonizado por Angelina Jolie foi meio aleatório. Tanto quanto o musical/drama de duas horas ser exibido em apenas uma sala de cinema em Campão.

Dirigido pelo chileno Pablo Larraín e escrito por Steven Knight, o longa parte dos últimos dias antes do falecimento da Maria Anna Cecilia Sofia Kalogerópulos. Cidade Paris, ano 1977. 

Maria Callas meio que repassa sua vida em seus devaneios e fugas da realidade à base de medicação pesada e numa tentativa quiçá oculta de voltar a cantar bem. 

Na real, suspeito que, até sem querer, as críticas ao filme e, por tabela, à Jolie, são contaminadas pela torcida por Ainda Estou Aqui Fernanda Torres. 

Ow, imagina o desafio de encarnar uma das maiores vozes da história da música. Somente o esforço de reproduzir as atuações no palco já é tarefa gigante. Penso que Fernanda e Demi Moore (A Substância) estão melhores. Mas, Angelina mandou bem, sim. Cara, para o papel, estudou ópera por sete meses, inclusive canto em italiano e francês, além de postura e respiração. 

Quem também surpreende é a atriz que faz a personagem quando jovem. A grega Aggelina Papadopoulou tem participação marcante. 

A dupla que cuida de Callas em sua casa também tem boa atuação. Alba Rohrwacher faz Bruna, a governanta, e Pierfrancesco Favino, também da Itália, é o mordomo que faz tudo.  

Larraín opta por priorizar o relacionamento da cantora com o ricaço Aristóteles Onassis, e de como ela ficou abatida com o fim do caso amoroso. Paralelo a isso, retrata uma mulher presa entre os deslumbres que a fama lhe proporcionou e memórias de uma vida sofrida - relação com a mãe foi nada boa - relembrada em poucos mas tensos momentos (quando entra em cena a atuação convincente de Aggelina). 

Grande parte das cenas são tomadas amplas, sensação de espaço que dá a entender a grandeza de Callas em diversos aspectos, o ego incluído. E o piano…

Ambientado no fim dos anos 1970, a capital francesa ajuda muito como cenário para o desfilar da personagem e das suas recordações. 

Confesso que pouco conheço da história da cantora de ópera, assim a mistura entre o que é real de suas lembranças e o que ela fantasia ou imagina em seus momentos ela e ela mesma fica difícil de eu discernir. 

Amantes da música clássica terão muito mais argumentos pra analisar se tanto a interpretação quanto as sobreposiçôes Jolie/Callas ficaram aquém ou não. 

Talvez um ponto negativo foi exagerar no lado quase fofoca do caso Callas e Onassis. Por outro lado, evidencia situações que apenas no ocaso da sua vida a cantora percebeu o quanto “aceitou” ser tolhida por seu grande amor. Além da cobrança excessiva de público e imprensa quanto a sua performance nos espetáculos. “Frank Sinatra ganha dez vezes mais do que eu”, diz certa hora, com ar de enfado, Angelina Jolie. Ops, Maria Callas.

Acho que deu. Se não é um filmão, também é longe de desmerecer a atuação do elenco, bem como o trato das imagens e da parte musical.  

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