Pesado, A Garota da Agulha é filmaço

 

Olha, A Garota da Agulha é muito bom. De repente a impressão deve-se a ter assistido no fim de semana e estar impressionado. Pode ser. Porém, não é toda vez que isso acontece. 

A produção dinamarquesa dirigida pelo sueco Magnus von Horn tem umas duas horas e também concorre com Ainda Estou Aqui ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Nem pergunte se está a altura do representante brasileiro…porque a resposta é sim.

Inspirado em fatos verídicos, Pigen med nålen (título originalzão) merece ser visto no cinema. Não tive essa sorte. 

O drama/terror psicológico conta a história de Karoline (Victoria Carmen Sonne) no pós primeira guerra mundial em uma miserável Copenhague. Ela é uma operária, grávida, sem emprego, ferrada mesmo, e encontra abrigo no peito de Dagmar (Trine Dyrholm). Que faz parte do show em preto e branco agonizante criado por von Horn. 

O longa tem aquele clima desesperançoso, poucos momentos que permitem ao espectador relaxar. A atuação da dupla dinamarquesa Vic e Trine convence e cria um ar de pertencimento responsável em boa parte pela reflexão das monstruosidades da pessoa humana e da sociedade. 

Como alguém comentou na rede, espetacular o trabalho corporal da protagonista, sobretudo em cenas que evitarei falar sobre risco de spoiler. 

Já Dagmar, de rosto,me lembrou a Norma Bengell, tem interpretação destruidora como uma intermediária responsável por dar um lar decente aos bebês de mães pobres.

Entre os personagens masculinos, há o macedônico Besir Zeciri faz Peter, marido de Karoline, que volta desfigurado do campo de batalha. 

Também dinamarquês, Joachim Fjelstrup é Jorgen, dono da fábrica em que Karol trabalhava. Os dois, sobretudo o primeiro, se saem bem no longa, em papel que exibem de modos diferentes o quão frágil são os homens em situações de pressão. 

A trilha sonora composta por Puce Mary e Frederikke Hoffmeier ajuda A Garota da Agulha a te manter preso em um roteiro que durante a trama evolui na carga emocional e social, principalmente no instante virada de chave da história.  

O som da fábrica, da gente a transitar, dos ambientes, corrobora certeiramente na adaptação de época. 

Apesar de ser pós guerra, o filme tem pouco de panfletário. Ele é implicitamente explícito nas condições quase desumanas que vivia grande parte da população naquela época.  

Posso estar viajando (“normal”) mas a sensação foi a de imaginar situação de degradação humana nível Os Miseráveis (livro de Victor Hugo) ou Um Conto de Duas Cidades (do Charles Dickens, que ainda estou lendo).

 É isso. A Garota da Agulha é filme feito pra não esquecer. Se bobear, nem que você queira. 

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