Cem Anos de Solidão, ou Macondo, graças a deus
Depois desse momento clichê merecedor de pelotão de fuzilamento, bora tentar fixar somente no presente audiovisual.
Dirigida pela colombiana Laura Mora Ortega e o argentino Alex Garcia López, logo no primeiro dos oito episódios mostram que investiram bem na produção.
A sensação de vastidão, abrangência das coisas, da sensação de poeira épica traz a lembrança da obra prima de Gabriel Garcia Márquez.
Fica gelo, mesmo se não experimentou tocar no livro, entenderá a saga da família Buendía.
Se caiu de paraquedas, momento sinopse mequetrefe:
Cem Anos narra a trajetória iniciada por José Arcadio e Ursula. O casal decide deixar a região que mora para se livrar de uma maldição. Leva junto uma galera e andam, andam, andam, mata adentro até cansarem. E fundam Macondo.
O povoado é o cenário central da saga que atravessa gerações da família Buendía.
Pra variar, o problema de dizer algo sobre trabalhos deste porte é não repetir o que já foi comentado com muito mais propriedade do que el cabrón que acá escribe.
Sim, estou na lida novamente das quase 400 páginas do livraço. Sinceridade constrangedora: ainda na 80. Mas, acredite (ou não), relerei hasta al fin.
Chama a atenção, positivamente, de como a minissérie desenrolou a história de forma linear em relação às idas e vindas proporcionadas por Garcia Márquez.
Daí, outros aspectos já devem ter sido abordados pelo pessoal que entende, né.
Trechos do livro literalmente transcritos para a tela. Detalhes como gaiolas nas casas, Arcadio honestão ao responder para o pai se era mesmo ouro o fruto da experiência alquimista, são alguns dos belos acertos close caption transportados do papel para sons e imagens.

O elenco vai muito bem também. Cláudio Cataño (coronel Aureliano), Marleyda Soto (matriarca Ursula), Juan Florido (Arcadio), e Viña Machado (Pilar Ternera) lideram minha concorrida lista de preferência nas atuações.
Mencionar também Loren Sofia e Luna Ruiz Jimenez (Amarantas) e Nicole Montenegro Sánchez e Akima (Rebecas).Uma expectativa que nutria era se haveria e de que forma trasladaria o comer da terra. Ficou raiz, forte e bacana.
Cem Anos de Solidão é realismo mágico. Drama muito, mas muito acima da média. Tem perrengues familiares, questionamento sobre religião, costumes, tradição, política. Nesta última, ao revisar conceitos desde a primeira vez que fui apresentado à obra (sei lá, há uns 20 anos talvez), meu pitaco é de que Macondo tem DNA anarquista (utopia para muitos). Se pá, falo obviedades, meu conhecimento sobre Garcia Márquez e sua obra, infelizmente é epidérmico. Depois desta, aventurar nessas hordas está na lista.
Produção colombiana, latina, de qualidade, faz lembrar quanta coisa boa há para descortinar neste continente. Investe que vem.
Ah, parece que a minissérie tem mais oito episódios programados. Será? Esperemos… Viva Macondo
Gostou? Apoie o bloguinho como achar melhor.
Via PIX e/ou por e-mail é
blogdokisho2@gmail.com
Nas redes, estou por aí
Instagram – https://www.instagram.com/lucianokisho77/
X/Twitter – https://x.com/KishoShakihama
Threads – lucianokisho77
Linkedin - https://www.linkedin.com/in/lucianokishoshakihama/
Blue Sky - https://bsky.app/profile/lucianokisho.bsky.social
Cuide-se. Abraço
Comentários
Postar um comentário