Para muitos, assistir Senna bateu forte

 

Assim como era ele nas pistas, Senna, da Netflix, me surpreendeu. De antemão agradeço por enfim tirar da minha cabeça - acertadamente ignorada na trilha sonora - a música de gosto muitíssimo duvidoso cantada por Leandro e Leonardo: Cavaleiro do Asfalto. Se não lembra ou jamais escutou, continue assim. “Ele não fazia cena, cena…”, melhor deixar quieto.
Cara, o que tenho pra falar sobre a minissérie sem chover no molhado? Aliás, situação em que o protagonista adorava correr.
Nada, mas bora lá com os pitacos da vez.
Dirigida por Vicente Amorim e Julia Rezende, e, segundo pessoal especializado, com “curadoria” da família Senna, pra mim foi uma volta no tempo.
Muitas partes rolam lembranças afetivas. De acordar de madrugada e minha avó já na sala, quietinha, atenta, na dela, para assistir as corridas em frente da televisão. Não duvido ter herdado muito de gostar de esporte por sua causa. O que deu de gente lembrando de entes queridos que ainda estavam aqui há 30 anos não caberia em Interlagos.
Em 94, eu tinha 17, na hora da batida, primeiro pensamento, acho que de muitos, de milhões, foi: morreu. Impossível frear a velocidade da mente nessas horas.
Pra quem viveu a época, ainda mais se gosta de esporte, será fácil notar a ausência de algumas peças, ou a proposital quase invisibilidade delas. Nem entro na celeuma Galisteu/Xuxa.
Por exemplo, espaço pro preparador físico Nuno Cobra. Se ele aparece foi tão sutil que não vi.
Assim como Roberto Cabrini, um dos primeiros a noticiar a morte de Ayrton.
Claro, tem de levar em conta que não é documentário, e a produção mira também o mercado internacional.
Tá bom, bora falar das coisas legais. As escolhas das músicas da época foram bem acertadas, tanto as estrangeiras como as cantadas em português. Tina Turner, inesquecível né.
Uma edição muito boa. As disputas dentro das pistas me lembraram Rush No Limite da Emoção. No clima nos circuitos, a mescla de cenas ficcionais e reais, a torcida, nota-se o esmero em deixar as cenas mais próximas possíveis dos anos 80/90.
Sobre o elenco, Gabriel Leone vai tranquilo na pele do ídolo. Porém, curti em especial um trio.
Kaya Scodelario, de jornalista Laura, mostra o quão tentador e ao mesmo tempo trabalhoso é ser da imprensa no circo da Fórmula 1.
Susana Ribeiro cumpre com sobriedade e ternura o papel de Neyde Joana, a mãe do piloto.
Gabriel Louchard ficou mais bacana que o Galvão original. Ou, se preferir, evidencia como o hoje ex-narrador transmitia emoção de verdade.
Um dos méritos da produção é apresentar às novas gerações meio que um resumo de quem foi o maior piloto brasileiro de todos os tempos (em minha opinião) e um dos melhores que o mundo viu passar velozmente sobre seus olhos.
Como diria Ayrton, poderia ser melhor? Sim, sempre pode.
Mas, aos fãs e pra quem gosta de automobilismo e/ou um entretenimento movido a episódios, Senna dá conta do recado.
Deu né. Vai lá assistir. Se já viu, e aí?! O que achou?

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