O Trem Italiano da Felicidade, ou, ainda existe gente boa no mundo
Semana osso demais…
Mas, juntar forças para o modo ho ho ho, fim de ano, etc.
O Trem Italiano da Felicidade é boa pedida.
O longa dirigido por Cristina Comencini é baseado no livro Crianças da Guerra, de Viola Ardone. O drama tem um pouco dessa vibe de boinha própria de virada de ano.
Acho que você sabe maomeno a história. No pós guerra, fim dos anos 40, trem levava crianças de famílias pobres do sul da Itália para cidades da região norte, até hoje mais abastada que a área de Nápoles e tal.
Eram meio que adotadas por famílias voluntárias e por um período matavam a fome. E tinham uma noção do que era uma vida decente.
Em 1h45, que passa rapidinho (o que considero bom sinal), Il Treno dei Bambini centra nas situações de Amerigo, que é mandado pela mãe Antonietta para a viagem de trem.
Apesar do longa pincelar assuntos como a desinformação (por exemplo o comunismo que “comia criancinhas), machismo (mesmo dentro da galera esquerda), Comencini opta por não pesar a mão demais.
Prioriza o relacionamento e situações familiares, e dá aquele tom de drama com cenas até hilárias de um dia a dia duro vivido pela gente pobre.
Sei lá, talvez em comparação simplória,o retrato da miséria se equilibra entre modo A Vida é Bela e modo Vidas Secas.
Soma-se à dupla Amerigo (Christian Cervone) e Antonietta (Serena Rossi), a figura de Derna (Barbara Ronchi).
Sobra para ela ter de abrigar o “Castigo de Deus”. Inicialmente sem jeito nenhum pra lidar com crianças, ela desenvolve forte laço com Amerigo.
Bom, fato é que após um tempo o pessoal retorna ao destino de origem e, para o protagonista infantojuvenil a volta não foi bem aquela que imaginou.
E aí, com boa fotografia, cenários de época ok, e elenco que não compromete - a atuação das crianças é bacana - o filme prossegue envolto aos sentimentos pelos quais passarão principalmente os três nomes já citados acima.
É isso, Il Treno di Bambini está entre os filmes da Netflix mais vistos mundo afora. Pode significar diversas coisas, aí, é contigo.
Entre elas, quem sabe, a de lembrar que ainda existe gente boa nesse mundo.
Abraço, cuide-se.
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