Rompendo Silêncios é dança tensa do início ao fim

 

Cartaz afixado na entrada do Teatro Glauce Rocha
Imagens Blog do Kishô
Lá fomos nós, de novo, Glauce Rocha. Fazia muito tempo, e bota tempo nisso, que não assistia espetáculo de dança. Da Ginga, então, nem pai era ainda. Fim da década de 90 pros 2000, no Aracy Balabanian, se a memória já um tanto baleada não me trai.
Terça-feira, 3, segunda noite Rompendo Silêncios. Adentramos ao teatro, e o som ambiente prenunciava algo forte. Elza Soares ecoa dura, pesada. Até a intensidade das luzes diminuir, o repertório musical foi pelo mesmo caminho.
No palco, a releitura de "Silêncio Branco" (confesso, não conheço), lançado em 2022, com coreografia e dramaturgia de Vanessa Macedo. Olha, a exibição é tensa. A trilha sonora, iluminação, atuações são tipo filmes que você espera algum momento de respiro, instante sorriso. Negativo. Momentos felizes oprimidos. Oprimidas.
Sem muita seara introdutória – levo em conta que você tem certa noção do que se trata a produção da vez - Rompendo Silêncios entrega o que se prontifica a explicitar. Difícil passar os, sei lá, quase uma hora do espetáculo sem identificar. lembrar situação de violência contra a mulher. Violentada.
No vai e vem das dançarinas e dançarinos, coreografias encarnam ás vezes subjetivamente, às vezes nem tanto, a exploração feminina.
O quanto é difícil suportar, virar esse jogo, mudar o quadro vicioso. Sem demagogia, Aliás, hipocrisia criticada. Crítica. Nem só opressores, mas, opressoras. Sensação de estar sozinha.
Sei lá, lembrei de Dogville – filme de Lars Von Trier. Ou Ana e os Lobos – de Carlos Saura. Ou, nada a ver, viajei mesmo.
A apresentação mantém um padrão até o fim, quando dá a sensação de… puts, deixa quieto. Vai que você ainda vai, né. Se ler isso até o anoitecer da quarta (4), dá tempo de marcar presença.

Evitarei falar mais groselha por vários motivos. Entre eles, na ótica de uma espectadora a obra coreográfica causa impacto diferente da minha. Bem mais, creio eu. Desejaria ouvir mais opiniões. Faz bem.

Como escrevi no começo do raso texto, fazia muito tempo que não assistira espetáculo de dança nesses moldes. Na torcida para mais eventos como este – de preferência, bem acessível como este – para ter uma noção, mesmo que modesta, de estilo, técnica, e por aí vai.
Além de ser só um leigo intrometido interessado em ampliar o leque cultural. Por tabela, abrir cada vez mais a mente e o coração. Já disse antes, infelizmente, ainda muito machistas.

É isso. Chega de devaneios.

Se quiser seguir a Cia, o Insta é gingaciadanca.
Vai também a ficha técnica do pessoal envolvido no Rompendo Silêncios. Peguei lá do Sympla. Se tiver algum erro, avisa que arrumo.
Rompendo Silêncios conta com:
Recriação Coreográfica e Dramatúrgica – Vanessa Macedo
Concepção Cênica Original – Chico Neller
Intérpretes - Ana Carolina Brindarolli, Brendon Feitosa, Débora Rosa Higa, Frantielly Icassatt, Halisson Nunes, Julia Mansur, Maria Fernanda Figueiró, Tanara Maciel.
Assistente – Tanara Maciel
Trilha Sonora Original – Fabio Cardia
Iluminador – Espedito Montebranco
Figurinos – Luiz Gugliatto
Professores Convidados – Irupé Sarmiento e Vanessa Macedo
Preparação Corporal – Chico Neller e Ranubio Rocha
Fotografia/Filmagem – Vaca Azul
Oficina de Percussão – Mariana Cabral e Henrique Lourenço
Produção Executiva – Manaka Cultural
Sonoplastia - Evandro Dias


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