Só vi agora, Close lembra: garotos são só garotos



Fazia tempo que desejava ver, até tinha esquecido que queria. Agora, deu para ver de perto. Close é de 2022, chegou ao Brasil em 2023, bem recomendado.
O longa de quase duas horas é dirigido por Lukas Dhont. O belga é novinho, vai fazer 33 anos em 11 de junho. A obra tem coprodução francesa e holandesa e, certamente, se não assistiu deve ter ouvido falar.
Vai lá, resuminho do Google: “Léo e Remi são dois melhores amigos de 13 anos cujo vínculo aparentemente inquebrável é repentinamente e tragicamente rompido.”
No caso, a dupla citada mora em meio rural, e suas famílias parecem não ter problemas mais graves, seja de ordem financeira, ou emocional. Isso talvez seja somente um dos ingredientes que faz a história ter pouco ou quase nenhum clichê quando se trata de produções que envolvem pré e adolescentes.
Tudo muito bom, tudo muito bem para Léo (Eden Dambrine, hoje 17 anos) e Remi (Gustav De Waele, 16), até que chega a hora de iniciar o ano letivo. Ao que tudo indica em nova escola. Logo nas primeiras cenas na sala de aula, o filme mostra o que vai ser tratado.
Filmes sobre sexualidade, bullying, e tal, nessa idade não são raros. Uma das diferenças em Close é a trama ser sentida na pele do garoto. Bem coisa de molecada dessa idade. Positivo ou não, na Europa ou no Brasil, é uma fase complicada. Elas, eles, não têm cabeça suficiente para lidar com certas situações. Reagem de maneira espontânea. Ou não reagem. Alguns são assim.
Mais introvertido, Léo fica incomodado com as insinuações sobre o grau da sua amizade com Remi, que parece não ligar muito e leva a amizade como acha que sempre foi. Próxima e cúmplice.
Sem trilha sonora apelativa ou músicas conhecidas o longa aposta nas locações quase bucólicas de uma Europa agrícola pouco retratada em produções deste tipo. A bela fotografia, o som ambiente, poucos diálogos, closes dos rostos (parece quando tem de fazer cadastro de reconhecimento facial em aplicativo, saca?), são a tônica.
O filme meio que te sufoca até o acontecimento que, digamos, encerra a primeira parte do filme indicado a Oscar, Palma de Ouro, Globo de Ouro, entre outros festivais. A segunda e última parte é complicada.
Vai que você não viu, então com cuidado para spoilers, destaque para o duelo de interpretação entre Bambrine (Léo), e a mãe de Remi, Sophie (interpretada pela belga Émilie Dequenne, 42 anos).
Os encontros entre eles ficam carregados, por vezes naquele clima “queria dizer tanta coisa mas não consigo”.
Imagens: Divulgação
No filme, se o tempo pode curar feridas, as estações do ano demarcam o passar do ano e as transformações vividas pelos personagens principais. Por fora, Léo tenta passar o ar de que superou os problemas. Em casa, por dentro, puxa um ar que não vem.
O tsunami na vida de Sophie é retratado visualmente por meio das dependências da sua casa, seja na entrada, na fachada, no mato que cresce.
Se antes havia brincadeiras entre Léo, Remi, sua mãe, seu pai, a cena do macarrão é das poucas a trazer leveza com adultos no meio, da metade pro fim o extravasado pranto do pai de Remi é de partir o coração.
Close é filme obrigatório para quem lida, gosta de criança, e quer entender mais a passagem da gurizada da fase infantil à adolescência. Psicologia, empatia, pura.
Quem tem filha, filho, figurinhas dessa faixa etária, vale a pena chamar para assistir junto. Se topar, após o filme a chance de um diálogo bacana é grande. Caso a pessoinha prefira se recolher. ir para o quarto matutar sozinha sobre a barra que é essa fase, deixe-a. Tudo a seu tempo.
É isso, se assistiu, fala para mim o que achou. Se não, fica a dica.

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